01 janeiro 2007

Oh! Afinal o P.S. anda a roubar tudo!

A estratégia de oposição do P.S.D. ao Governo P.S. passa por insistir em que este teria prometido o que o P.S.D. não podia de modo algum prometer e em que o P.S. estaria a fazer aquilo que o P.S.D. tinha prometido e que nunca tinha conseguido fazer.
O P.S.D. deixou cair as suas bandeiras (se alguma vez o chegaram a ser) e sem para já se embandeirar com outras (que vai ter que endireitar o seu programa), toca de malhar no Governo por não estar a fazer aquilo que o P.C. gostaria que se fizesse.
O João Jardim, por mais excentricidades que lhe atribuam, tem fortes raízes na alma nacional e há muita gente no P.S.D. que comunga das suas ideias. Tudo o que for reivindicação, e nós sabemos quem são os poderosos detentores dessa capacidade reivindicativa, está a ser apoiado pelo P.S.D. numa clara postura de oposição ao interesse nacional.
Efectivamente o P.S.D. já não mobiliza ninguém ao tentar mobilizar todos. Procura ânimo na sua alma, mas não encontra disponibilidade na alma do povo. Nem no espectáculo televisivo, que costuma ser um mar de leviandades, se safa.
Falta-lhe um projecto mobilizador das vontades, agregador das consciências. Não chega um projecto resultante de um simples somatório de interesses.
O P.S.D. corre o risco de resvalar para o discurso maximalista, não lhe faltasse força ideológica capaz de criar fracturas sociais. Corre o risco de estiolar se não mudar de estratégia, se não der a mão à palmatória, sem reconhecer que desde que Cavaco Silva viu o pântano à sua frente nunca mais o P.S.D. saiu do lodaçal.
E é significativo que uma das figuras mais representativas desse conluio de interesses parasitários que imobilizaram então o P.S.D., criando o cavaquismo, de que Cavaco Silva terá sido o menos directamente culpado, tenha sido precisamente Marques Mendes, o show man agora telecomandado por João Jardim, que aparece a dar a cara com uma ausência de perspectivas confrangedora.
Falta alguém decidido, determinado, não vinculado a grupos, aglutinador de vontades e não veículo de transmissão de interesses, desinibido e confiante, mas não tonto, para tirar o P.S.D. do marasmo e a política nacional da simples análise orçamental.
Porque para bem governar é necessário boa oposição

P.S.: Ainda bem que juntei um cogumelo venenoso, que, senão, este título quase a chamar ladrão ao P.S. ainda podia ser levado a sério. Há veneno, há humor. Mas nisto de humor nem sempre se consegue transmitir facilmente a ideia de leviandade que subsiste quase sempre em quem pretende chamar ladrão a outro. Se querem alguns conselhos:
O P.S.D. terá que abandonar os argumentos recorrentes e abandonar a pretensão que o Presidente da República os perfilhe.
O P.S.D. terá que fazer um programa exequível e lutar por ele.
O P.S.D. tem de arranjar alguém que personifique uma estratégia frontal.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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