18 janeiro 2007

A máquina silenciosa

A corrupção é o “negócio” de muita gente, o que faz com que os menos sabedores nestas coisas da economia façam uma grande confusão entre estas duas realidades distintas.
Tal facto é aproveitado por corruptores e corrompidos para se fazerem passar por simples negociantes que só se distinguem dos outros porque, de vez em quando, são descobertos os seus métodos menos honestos de fazer “negócio”.
Os negociantes verdadeiros é que não gostam destas companhias, já que, além da imoralidade intrínseca, há aqui um problema de concorrência desleal, de fuga aos impostos e às responsabilidades sociais concomitantes, de chantagem e falta de carácter.
A economia nunca prospera à base da corrupção. Mesmo que pensemos que conseguimos algumas coisas na vida à base de uns favores, mesmo que alguns de nós já tivéssemos pago para tornear a legalidade, esta pequena corrupção é geralmente resultante de as dificuldades que são criadas serem excessivas e já elas próprias terem por fito proporcionar ocasião a essa corrupção. Muitos de nós já fomos seus agentes passivos.
Se isto não acrescenta nada à economia, a não ser acumular dinheiro dum lado em detrimento de outro, o que leva o iluminado que verborreia ao “Correr da Pena” no AltoMinho de 16-01-2007 a escrever que “essa máquina silenciosa (a corrupção) é um dos meios mais eficazes para dar vida à economia”.
A corrupção corrói económica e moralmente qualquer sociedade que quer manter um contrato social válido e são por demais conhecidos os exemplos em que conseguiu minar todos os alicerces de uma civilização.
Agora, por mais escrevinhadores destes que apareçam, podemos ter a certeza que os corruptos têm os seus dias contados. A Humanidade já tem a experiência e a sabedoria suficiente para, com o aperfeiçoamento da regulamentação das nossas relações sociais e particularmente de negócio, obstar à possibilidade de corrupção.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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