02 janeiro 2007

O avental das lamentações

Discute-se agora a legislação que se há-de aplicar ao aborto, permitindo ou não a sua despenalização até às 10 semanas de gravidez. Estranhamente muitos querem justificar este facto com a falibilidade dos métodos tradicionais e dos métodos médicos de contracepção.
Como esta justificação para mim nada vale, sou por outras razões a favor do SIM, vamos avaliar o ridículo da situação.
Vou por isso dar aos argumentistas do falível mais um método tradicional de contracepção praticado para animais em algumas regiões do País. Eu não o conhecia. Muita outra gente ainda agora o desconhece. Mas como a medicina sempre recorre a testes em animais e só depois aplica os mesmos métodos ao homem, talvez esta experiência resulte.
Dizem-me que é altamente eficaz na sua função animal. Já a sua aplicação ao reino humano não será de certo ao gosto de muitos. Trata-se de colocar um avental por baixo da barriga do bode, que foi neste bicho que vi este método implementado.
O avental é de borracha e prende-se por cima do seu lombo de modos que, quando o bode se empina, o avental tapa-lhe as partes baixas. A Dona do Chibo garantiu-me que os animais estão mais sossegados durante a noite e as cabras tem leite durante mais tempo para alimentarem as crias. Assim fica ainda garantido que as fêmeas só parem de ano a ano.
Aplicar ao homem é problemático, mas já tenho visto coisas parecidas. As mulheres, essas poderão ficar desassossegadas. Já os homens poderão descarregar ao menos as suas energias no avental!
Vendo bem as coisas as mulheres poder-se-ão safar sempre. Se não servir assim poderão com as mãos dar a volta ao avental.
Estão a ver como não há métodos infalíveis.
P.S.: Já que perdi a fotografia do bode equipado a preceito vai uma que ao menos mostra-se-lhe a pêra.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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