24 janeiro 2007

O Reino do “Faz de Conta” - Episódio 6

Quando o Governo se entusiasma, do povo uns batem palmas, outros falam em surdina que não querem ser desmancha-prazeres e outros ainda calam a sua inquietação, que havemos de fazer? Calarmo-nos também?
Nós, a alma lusitana, não gostamos que se coloquem questões prévias. Aquilo que nos dá prazer é estarmos expectantes, esperando que tudo descambe para um abismo e depois desancarmos à maneira, naqueles que entretanto se safaram à fartazana e se riem à socapa ou naqueles de que a estupidez delirante se apoderou, que ela nunca se reconhece em nós.
Quem tem razão antes do tempo é desprezado. Quem procura alertar para que as coisas se não façam levianamente é olhado de soslaio.
Muitos não gostarão que se coloquem questões prévias porque a resposta já se adivinha pelas experiências anteriores. Entusiasmados com a continuação do regabofe nacional não querem ouvir Velhos do Restelo.
Claro que se está a falar dos novos programas de formação, reconhecimento, validação e certificação de competências, de que se quer fazer a solução para a melhoria das estatísticas da qualificação dos trabalhadores e, como consequência, para um salto necessário na competitividade da nossa economia
Também se pode dizer que nós, ao limitarmos ao mínimo a mortalidade infantil, trabalhamos para as estatísticas, que há uns anos nos deixavam na cauda da Europa e que agora se trata de trabalhar também para as estatísticas mas da educação.
Trabalhar para as estatísticas não é de todo incorrecto, o que interessa é a aferição final dos resultados obtidos. Quem fará esta aferição?

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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O mais perfeito retrato da solidão humana