30 setembro 2009

Deixem que ele acabe o seu mandato com … indignidade

Cavaco Silva mostrou que:
Não se consegue alhear do espírito conspirativo vivido desde sempre no palácio presidencial.
A sua descrição dos factos está cheia de equívocos, interpretações pessoais, atribuição de segundas intenções, uma referência explícita à manipulação, um ataque directo ao Partido Socialista.
Não há dúvida que a conspiração começou ano e meio antes das eleições no palácio presidencial. O caso do estatuto dos Açores inseriu-se nesta estratégia de acabar com a cooperação estratégica.
A referência de José Junqueiro e outros à colaboração de assessores de Belém na elaboração do programa do PSD baseia-se em informação do próprio PSD e é feita por homens livres para o fazerem.
Só a extrema sensibilidade de Belém e o seu estado de desespero conspirativo pode justificar o empolamento dado ao caso. Aliás tentaram utilizar aquelas declarações para justificar uma hipotética perseguição que já teria começado na Madeira com um assessor do Primeiro-Ministro convidado para participar em negociações com o Governo Regional.
As contradições de Cavaco não acabaram com a fictícia demissão de Fernando Lima porque havia muita gente a conspirar em Belém além dele e Cavaco deixou-se enredar e continua enredado na teia que eles lhe urdiram
Cavaco disse de Soares: Deixem que ele acabe o seu mandato com dignidade. Cavaco já perdeu a dele.

29 setembro 2009

Análise das eleições legislativas de 2009 em Ponte de Lima

A comparação dos resultados das eleições legislativas de 2009 em Ponte de Lima face aos de 2005 permite concluir que:
PSD – 8265 votos. Houve um retrocesso de 6,27 %.
PS – 7069 votos. Houve um retrocesso de 2,33 %.
CDS – 7008 votos. Houve um avanço de 5,3 %.
BE – 1435 votos. Houve um avanço de 2,52 %.
CDU – 766 votos. Houve um avanço de 0,24 %.
Os maiores partidos perdem e os pequenos ganham.
O avanço do CDS deve-se possivelmente a um voto útil destinado a assegurar a eleição do único deputado Limiano, Abel Baptista.
Todos os partidos mantiveram a sua posição relativa.
O BE quase duplicou o seu resultado, fruto de um voto jovem à esquerda que não se revê no velho PC, mas se revê na retórica de Lousã.
Estes resultados revertidos para a eleição do próximo 11 de Outubro dariam a Presidência da Câmara ao PSD e mais dois vereadores ao PSD, outros ao PS e outros tantos ao CDS, o que está longe de ser previsível vir a acontecer.
Em 2005 os resultados deram 16529 ao CDS, 6077 ao PSD e 4282 ao PS e em comparação com as legislativas do mesmo ano foram + 10806 e + 35,94% para o CDS, - 3975 e – 16,90 % para o PSD e – 3514 e 14,61 % para o PS.
Em 2009 prevê-se uma transferência semelhante de votos. Cabe ao PSD e ao PS lutar por manter o seu eleitorado, provar que os seus candidatos locais são dignos representantes e a amálgama que o CDS apresenta só representa uma conglomeração momentânea de interesses.

28 setembro 2009

Partidos charneira e muleta nas legislativas de 2009

PS – Alvo de todos os ataques saiu-se vencedor nos aspectos mais significativos, mantendo-se confortavelmente como o partido mais votado. Único senão é não conseguir maioria com um só partido de esquerda. Tornou-se no entanto um partido mais são, mais sólido, mais capaz de enfrentar todos os corporativismos, com uma visão mais equilibrada da sociedade, com maior capacidade de enfrentar o futuro. Os outros partidos vão deixar de utilizar o argumento da ditadura da maioria e vão deixar de usar isso para fazer somente alianças negativas.
PSD – O descalabro total. Não sem ter contribuído à sua maneira para destruir a maioria absoluta do PS, não conseguiu sair do nível da votação que atingiu com Santana Lopes. Em confronto com o PS já não é o único partido capaz de fazer maioria com ele, nem o papel de muleta lhe serve, só se salva por, conjuntamente com o CDS, ter maioria sobre o PS. Sai enfraquecido na sua coesão e sem discurso identificador.
CDS – Vence porque contribuiu para a perca da maioria pelo PS, porque sozinho é capaz de constituir maioria com este ao contrário dos partidos de esquerda isolados. Vence por assumir de forma clara o discurso da direita conseguindo uma diferenciação sem rotura com o PSD como nunca conseguira. Apresenta-se com uma nova capacidade de engolir a ala direita do PSD vencendo a lógica do voto útil. Pode ser muleta mas demasiado imprevisível e manhosa.
BE – Vence porque duplica a sua representação e alarga em muito a sua base territorial. Consegue contribuir para a perca da maioria absoluta do PS mas, ou por a queda deste ser exagerada ou o seu aumento não ser o esperado, não consegue ser maioria com o PS. Consegue que o seu voto ou o do PC sejam necessários para vencer a direita, podendo optar por deixar o PS entregue a esta. Mantém o discurso sectário, sectorial, professoral, diletante, e não é de esperar uma acção consistente no sentido de assegurar valores de esquerda. Não tem substrato ideológico que garanta o futuro.
PC – Enclausurou-se definitivamente. Arredondou e fechou-se no seu discurso. Não arrisca, evita sobressaltos, paralisa perante o medo que qualquer acto positivo lhe inspira. Resguarda a pureza ideológica não participando na vida, no confronto, teme comparações. Para cumulo não consegue a maioria com o PS. Com o BE forma o duo das muletas paralíticas mais vocacionadas para lançar o hospedeiro ao chão do que para lhe assegurar firmeza no passo.

Uma primeira análise às legislativas de 2009

Se mantivermos a velha divisão esquerda/direita estas eleições consolidam uma relação de 60% para 40%, problemático é ela constituir alguma vantagem. Na verdade as quatro forças políticas que se opuseram ao Partido Socialista, ultrapassando essa dicotomia, conduziram a sua acção política nesta última legislatura e a recente campanha eleitoral na lógica da destruição da sua maioria absoluta. E conseguiram-no.
Mas conseguiram mais. Em primeiro lugar que o Partido Socialista, além de não ter maioria absoluta, não tenha também maioria em relação à direita. Essa maioria só será conseguida com um dos partidos BE ou PC, mas já não bastará um só destes para obter a maioria absoluta.
Se a governabilidade depender de uma maioria absoluta teremos que a dita esquerda só coligada poderá contribuir para ela, porém o contributo de um só partido bastará para derrotar a direita. Qualquer partido da direita bastará para assegurar uma maioria absoluta com o Partido Socialista e mesmo a abstenção do PSD bastará para dar uma maioria relativa.
O problema não se resolverá com a iniciativa do Partido Socialista dado que os outros partidos não estão no geral disponíveis para coligações, muito menos nas circunstâncias exigidas. O partido mais disponível seria o CDS mas o preço a pagar seria demasiado alto. Resta esperar que os outros partidos entrem em contradição e definam uma estratégia diferente. Se esta se mantiver no “bota abaixo” estamos fritos.

27 setembro 2009

A emulação de mais um cordeiro no braseiro limiano

Acerca do badalado apoio de Gaspar Martins, militante do CDS e candidato na sua lista a vice-presidente da Câmara de Ponte de Lima, à candidatura social democrata à Assembleia da Republica, solenemente recebido no passada Segunda Feira das Feiras Novas com manifestação pública na Praça de Camões na presença de altos dirigentes distritais e do seu cabeça da lista, teria sido ouvida a estrutura local do PSD, a candidatura à Câmara Municipal do PSD de que Gaspar Martins é oponente, sequer o elemento da referida lista Manuel Trigueiro?
Não há sinais nesse sentido. Mas se o foi e aceitaram são tão bons como o dito apoiante e se não aceitaram ou nem sequer foram ouvidos terão que se pronunciar sobre isso. Ou aprenderam com a Ferreira Leite a só falarem do que querem? Não vão longe assim.
Quando se quer manter a verdade numa redoma não se faz referência a assuntos controversos. Acumula-se falsidades em cima de falsidades e pretende-se assim construir algo de válido? A candidatura do PSD à Câmara Municipal de Ponte de Lima apresentou um programa que acaba com três propostas ridículas, grotescas. Referem-se ao queijo limiano, ao TGV e à navegabilidade do Rio Lima.
Ainda por cima esta candidatura recebe punhaladas dos seus próprios colegas que atribuem a Gaspar Martins desmedidas qualidades, um estatuto que ele não possui, uma importância desajustada. Mas, se os candidatos a deputados sabem que assim estão a minar o terreno em que se move Abel Batista, também deveriam saber que estão a emular definitivamente o seu cordeiro no jogo sujo dos interesses que extravasam em muito os domínios partidários.

25 setembro 2009

Declaração de interesses … e de voto

Quando pensamos na governação do País é normal que pensemos nos interesses próprios. Mas também é importante analisar o enquadramento destes interesses dentro daquilo que é legítimo serem os interesses dos outros. Em última instancia teremos que optar entre o querermos construir uma sociedade livre, solidária, fraterna ou outra mais liberal, concorrencial, egoísta.
Há momentos em que a demasiada ambição nos pode levar a deitar tudo a perder. A ambição de sermos mais à esquerda não pode passar por convergir com a politica mais de direita no deita abaixo daquilo que o Partido Socialista vai conseguindo a custo implementar. Também a ambição de sermos mais à esquerda não se pode confundir com a obtenção por cedência completa a valores corporativos
A ambição de quem quer ser capaz de ser liberal, de se afirmar sem o apoio do Estado, que não quer o apoio deste para o combate à pobreza, mas também não está a pensar ser ele próprio subsídio dependente toda a vida, é uma ambição difícil que a direita que temos também não garante. A direita já tem muitos interesses instalados a defender.
A minha declaração baseia-se no que acho melhor para mim, como ser individual e como ser integrado numa sociedade que se quer mais livre e solidária. O meu voto nas legislativas de 20099 não é um voto útil, é um voto convicto. Não é um voto contra a direita, nem contra a esquerda que não quer governar. É um voto no Partido Socialista.

22 setembro 2009

Uma conspiração abortada

Cavaco disse há tempos que o caso das escutas era referido por quem não queria que fossem abordados outras questões maiores, como o desemprego, sugerindo que, sendo o Governo o único interessado em não falar dos problemas reais, seria a fonte de todas as tentativas de desvio das atenções.
Afinal havia outros interessados nesse desvio. Eram todos aqueles sociais-democratas que o rodeiam, o condicionam, o comandam. Porque isto será o menor, que o maior seria se o Cavaco fosse a origem da conspiração.
Como bom criado, o tal Lima calar-se-á, ficaremos sem saber de onde partiu a fonte do delírio. Mas quem tem pessoas destas no staff e com elas priva durante mais de vinte anos decerto que já se lêem mutuamente os pensamentos. O desejo de agradar ao chefe faz às vezes milagres, mas há pensamentos que se não escondem.
Aliás a questão do estatuto do Açores, criteriosamente delimitada, reduzida a aspectos simbólicos ou meramente formais, foi utilizada por Cavaco para arremeter contra José Sócrates. Se na política séria, nomeadamente nos aspectos económicos, o Governo estava a cumprir, Cavaco Silva viu-se na necessidade de criar uma zona de conflito que o desvinculasse do apoio ao Governo.
É uma vergonha ter um Presidente assim, uma oposição de direita assim. Afinal o carácter destes senhores está manchado por toda a espécie de sentimentos baixos que os tornam capazes de toda a espécie de manobras para manter o poder. Demita-se Cavaco!

21 setembro 2009

Sócrates é Fixe

Soares tem razão, não houve outro político que após o 25 de Abril tenha sido tão atacado e ainda por cima injustamente. Mesmo descontando a amplificação sonora que a comunicação social agora aplica como nunca. A agressividade desta, a sua submissão a estratégia partidárias ou de grupos de interesses faz com que os ataques sejam selectivos, datados e dirigidos.
Com Sócrates sabemos que os interesses corporativos serão combatidos, que a esquerda nunca será a confederação de interesses de sindicatos, grémios, ordens e outras associações em que as mais fortes fazem descrer as mais fracas com base numa superioridade conseguida à base do ensino público e das próprias benesses antes usufruídas, em que a própria usufruição dos bens públicos não é igualitária, não chega a todos, mas só aos mais reivindicativos.
Sócrates tem sido o político que mais tem feito por uma redistribuição de rendimentos, que está longe de ser justa, mas já é alguma coisa perante aqueles que nada querem fazer antes pelo contrário. A direita quer, sem o assumir agora frontalmente, destruir o serviço nacional de saúde, privatizar a segurança social, entregar o ensino aos privados, fazer da assistência social um monopólio das Misericórdias.
Sócrates está atento às mudanças civilizacionais, às solicitações sociais mais justas e mais candentes. Sócrates não se tem deixado dominar pelo capital, embora muito falte fazer para o por na ordem. Mas sem a força que nós lhe podemos dar, sem destrinçarmos bem o que são reivindicações de direita e de esquerda, estamos tão só a fazer um frete à direita mais retrógrada que a Ferreira Leite representa.

19 setembro 2009

Vinde Santana e Filipe, estais perdoados

Uma imagem parada, um ícone é tudo menos aquilo de que estaríamos à espera na frenética política de hoje. Alguém que no seu sossego queira dar aos outros a segurança de um poder pessoal, intransmissível, ganho a pulso, praticamente sem o contributo de ninguém. Alguém que já tem tantos favores a pagar que não desejaria pagar mais nenhum.
Tudo é imprevisível porque a ideia de que nada se fará porque não há dinheiro não pega. O poder é para se usar e a direita, com a desculpa da soberania, usa-o sempre para se fortalecer. Mas, se na boca da velha senhora o que está não presta, porquê tanto empenho em o preservar. Mexa-se no que está, mas diga-se o que se quer fazer.
Esta ideia de falar sempre de falta de liberdade, de asfixia democrática é uma ideia bizarra de quem já nada tem para dizer. As manobras que a direita anda a fazer neste domínio têm sido desacreditadas e desmontadas eficazmente. Resta a falta de vergonha desta velha senhora que nunca se cansa de mentir, de lançar nuvens de nevoeiro para um domínio em que a direita não tem lições a dar.
O mundo da Ferreira Leite é demasiado pequeno, esta senhora educada na antiga sociedade não se actualizou, fala mal, troca tudo, já não tem um raciocínio escorreito, atropela-se nela própria. Já quase diria: Vem Santana Lopes que estás perdoado. Tu eras deste tempo, um pouco leviano talvez. Vem Filipe que tu eras frontal e sincero, um pouco irrequieto talvez.
A Ferreira Leite calou-vos e reduziu os seus conselheiros a esses sacripantas António Borges e Luís Coimbra. Livrai-nos que esses não são moeda falsa, são caça moedas sedentos e avaros.

14 setembro 2009

Ferreira Leite é um desastre

A imagem que Ferreira Leite dá do PSD é absolutamente antagónica com o reformismo que este partido sempre apregoou, embora nem sempre tenha praticado. Mas com Ferreira Leite nem sequer ficou no programa porque este é absolutamente conservador. Não há dinheiro, não há consenso, fica tudo na mesma, é a desculpa que assume.
Outra imagem de marca que Ferreira Leite parece querer imprimir ao PSD é a de um nacionalismo bacoco e que julgávamos definitivamente afastado. Mas além disso revelou-se indisposta e avessa a aceitar que seja contestada na rua, muito menos quando se aliam autarcas dos dois lados da fronteira. Isto é internacionalismo inaceitável para ela.
Ferreira Leite revelou-se uma menina mimada, menina bem, que estudou em bons colégios mas aproveitou a Universidade Pública para estudar e ganhar a vida. Resolveu afrontar aqueles que nunca conseguiram estudar por não serem filhos da alta burguesia lisboeta e aqueles que tiveram que ultrapassar dificuldades imensas para chegar aos mesmos patamares.
Ferreira Leite é um desastre que pretende esconder ao máximo não fazendo comícios, aparecendo o mínimo e em ambientes de hotel ou outros perfeitamente trabalhados e condicionados. Ferreira Leite precisa de falar o mínimo para continuar a enganar alguns incautos. Esqueceu o reformismo, reavivou o nacionalismo, baixou ao achincalhamento dos outros pela sua pretensa superioridade, é perversa porque nos quer prejudicar, é falaciosa porque, embora calada, quer construir uma imagem falsa, sem fundamentação capaz de si própria. Revela bem o seu carácter menor.

09 setembro 2009

O caciquismo de Ponte de Lima e a ditadura madeirense

A direita anda incomodada por se falar dos atentados à liberdade que ocorrem na Madeira e trouxe à discussão pública aquilo que se desenrola noutras partes como será eventualmente Ponte de Lima, mesmo que ela o não quisesse.
O pior que Paulo Portas podia fazer era reduzir a falta de liberdade existente na Madeira a um simples exercício de caciquismo, tal como reconheceu que ocorre um pouco por todos os lados a nível da gestão autárquica. Além da diferença existente há uma outra falha ao tentar excluir Ponte de Lima do quadro dos municípios onde o caciquismo é uma prática corrente.
Ponte de Lima não está só no top da foleirice, do turismo de geleira, da aposta nas mais descabidos chavões para atrair incautos. Ponte de Lima também ocupa um dos primeiros lugares em relação a esse caciquismo tradicional. No entanto mesmo assim recuso-me a aceitar que ele seja colocado em igualdade de circunstâncias com a prática madeirense do coarctar as liberdades mais básicas.
Há evidentes características comuns, há um paternalismo igualmente falso e interesseiro, mas há limites que os municípios ainda não passaram e o JJ há muito já ultrapassou. O nosso caciquismo é repugnante, mas o caciquismo madeirense, chamando-lhe assim por liberdade de linguagem, é ultrajante.

07 setembro 2009

Um comício confirmativo

Paulo Portas veio a Ponte de Lima num domingo à tarde para aproveitar a afluência da população suburbana da Grande Porto que se vem banquetear com o “nosso” sarrabulho. Só que esta gente não é de grandes exigências ideológicas, pensa mais com o estômago e faltou à chamada, o bloco central vai-a satisfazendo.
Mobilizaram alguns aldeãos, nada de outro mundo e muito longe do Largo cheio. A não ser que agora o Largo de Camões seja só aquele bocado entre o coreto e a sede do CDS, que até esse estava longe de encher. Paulo Julião, Maria Cerqueira e uns tantos jornalistas é que são avessos à verdade e abrem a boca à medida dos seus desejos.
Mas a isto já nós estamos habituados, a esta subserviência perante quem detém o poder e em especial perante quem lhes agrada. De admirar é o ar sereno de Daniel Campelo, dando o seu aval a um político de quem sempre divergiu e de quem tão mal tem dito. Terá Paulo Portas prometido algum cargo a Daniel Campelo?
Mais espantosa ainda é a presença no palco daquele senhor com ar ainda mais sereno que integra o executivo camarário só por amizade com o Daniel Campelo e porque queria fazer coisas de bem a favor de Ponte de Lima, que continua a ser uma pessoa de esquerda, que integrou o pai nas figuras ilustres de Ponte de Lima por ser um anti-salazarista dos quatro costados. Não, não pode ser, há aqui mentiras na frase que escrevi acima.
O inverso seria que esse senhor integrou o executivo camarário porque o dinheiro lá ganho dá jeito, porque está desiludido com a esquerda que nunca lhe deu uma oportunidade, o pai está lá porque, como ele o prova, seria sempre uma pessoa importante em qualquer regime.Não podemos é jogar em dois tabuleiros. O Franclim Alves Castro Sousa assumiu-se definitivamente como um homem de direita, contrário ao progresso e à solidariedade, um homem do antigo regime.

06 setembro 2009

Que valor terão as Comissões de Apoio?

Pode-se contestar o valor das pessoas que constituem as duas comissões de apoio, mas a verdade é que o C.D.S. de Ponte de Lima se abre à sociedade. As pessoas que dão a cara pelo C.D.S. podem ter pouco valor ético e político, pode-se dizer que são muitos os que têm interesses evidentes em ter a Câmara do seu lado, mas a verdade é que têm peso na praça.
Muitos deles são doutros partidos, estão desiludidos com o seu por nunca os ter conseguido colocar na Câmara a eles ou aos seus candidatos e ficaram rendidos à facilidade com que se podem encostar a esta Câmara C.D.S.. Este não pergunta a ninguém se é cristão e democrático, não exige declaração de ausência de dívida da segurança social, de limpeza do cadastro, de verticalidade, honestidade e honradez.
O C.D.S. recebe a todos, se vai pagar a todos é outro problema. Alguns dar-se-ão por satisfeitos só por aparecerem ao lado de tão mediáticas figuras, mas outros já não vão em pagamentos desses e decerto estes já o exigem em “el contado”.
Dir-se-á que os interesses das pessoas não são alheios à política, que possivelmente todos eles obteriam os mesmos benefícios caso, em vez do Vitinho, lá estivesse o Chiquinho ou o Zequinha. Dir-se-á também que isto só acontece porque os outros, os do PSD e PS principalmente, se não puseram a caminho, não andaram a tempo, não angariaram apoios fora das suas estruturas fechadas, não se abriram à sociedade.
São porém meias verdades ou nem tanto sequer. O P.S.D até andou por aí, por instituições e empresas, mas não exigiu assinaturas, ouviu as suas queixas, mas não deu lustre aos seus egos pessoais. A atitude que o P.S.D. tomou pode ter mais valor, mas o facto é que as pessoas se pelam por aparecer, quem lá não está fica com um bocado de inveja. Para a próxima convidem-nos, vão ver que eles gostam.

05 setembro 2009

A ofensa repentina é sinal de menoridade

Quem usa a blogosfera para sob anonimato insultar os outros quer dar a ideia de que o valor das pessoas se mede pela contabilidade dos insultos e elogios que cada um recebe.
Ninguém se deixa levar por esta ideia infantil. O anonimato só serve para medir o estado em que está o ambiente cívico e político para quem fala de assuntos que se lhe referem. A podridão do ambiente só existe no entanto quando os protagonistas que estes anónimos pretendem proteger os recrutam e os incentivam a proceder dessa maneira.
Os políticos são evidentemente e em última instância os culpados deste estado de coisas porque, se não for doutra maneira, são eles que permitem que este tipo de gente abjecta se arraste à sua volta, talvez com a ideia de comer uns sobejos. Ou talvez seja difícil responsabilizarmos os políticos por tudo o que se passa à sua volta.
Não duvido que há muita gente a agir de moto próprio, mas ninguém age com a persistência de certos comentadores da blogosfera se não estiver envolvido num projecto mais amplo ou então queira ser mais papista do que o papa. Um homem livre não persegue ninguém.
Na blogosfera há muita gente a dar azo às suas tendências agressivas, homicidas mesmo. A blogosfera é usada como um escape, escrevem uma frase contundente com o vigor com que empunham uma lâmina afiada para matar o adversário.
A ofensa repentina não é sinal de inteligência, valentia ou qualquer outro sentimento positivo. Pelo contrário é sinal de estupidez, cobardia e no fundo de todos e de qualquer sentimento negativo. Por isso é muito difícil, senão impossível, de erradicar.

02 setembro 2009

O P.S. local, um Partido pouco idóneo

A nível local a ligação das pessoas a partidos não deve ser muito diferente de uns para outros. São grupos do “entra e sai”, dá-se uma volta, deixa-se a filiação suspensa ou mesmo activa, tanto faz, volta-se passados uns anos como se nada fosse, nada se tivesse passado, mina-se a moral dos adversários internos, que são todos os que tapam o caminho ou tão só impedem a visão. São estruturas estranhas em que se pode ou não pedir dinheiro mas não se pede lealdade, coerência, verticalidade. A traição campeia.
O senhor José de Barros Gonçalves, que já foi vereador do Partido Socialista e com as suas “oportunas” alianças o descredibilizou, tendo feito reduzir em 1989 de 2 para 0 anos o número de vereadores socialistas, já foi apoiante de Daniel Campelo, realinhou pela mão de Montenegro Fiúza com o P.S. e agora voltou ao apoio ao seu amigo de peito Gaspar Martins na comissão de honra do C.D.S.
Os compromissos nada valem para esta gente, um dia volta ao P.S., se lhe der na real gana, porque ninguém o vai expulsar. Mas afinal a sua atitude é coerente com as suas infelizes intervenções na vigência da actual Assembleia Municipal, na qual tudo fez para boicotar qualquer afirmação de uma alternativa socialista ao executivo camarário. A direcção nunca se demarcou das suas posições nem foi solidária comigo numa ocasião em que manifestei o meu repúdio pelo seu apoio a Daniel Campelo.
“Socialista” era ele e continuará a ser, continuará a brincar com o Partido, como Freitas e Armadas sempre têm feito. Estes jarretes nada dizem mas sentem-se melindrados pelo excesso de protagonismos dos outros. No anterior mandato o inimigo a abater era eu. Terminado o meu compromisso, que a custo levei até ao fim, só posso manifestar desprezo por quem não sabe ser leal. Assim sendo não reconheço idoneidade à maioria dos membros das listas socialistas a vários níveis. Como haveria eu de transferir um compromisso que fez com outros e renová-lo com estes personagens que agora aparecem?

01 setembro 2009

L E A L M E N T E

A propósito de apoios, manifestei o meu à candidatura protagonizada pelo PSD local, mas este, entretido com as questões como a do TGV, deslocado da realidade pelo discurso oco e agressivo de Ferreira Leite, fechado no núcleo duro que os membros da actual comissão política local constituem, ainda não foi capaz de dar origem a um movimento de apoio mais abrangente que a sua fraca base de apoio de momento.
Pode parecer-lhes irrelevante, mas não é. Talvez seja sinal de quererem o protagonismo, o palco todo para eles. Porque ninguém pode ser ingénuo ao ponto de pensar que os apoiantes não querem, não precisam e não merecem um bocado de espaço nesse palco mediático, caso contrário não há motivação. Porque deixaram que a situação aplicasse a sua garra protectora em André Rocha, veja-se em
arquitectura e ponte de lima? Pergunto.
Com uma sociedade civil tão fraca como a nossa, sem um apoio claro e explícito às suas iniciativas, sem uma ajuda dos partidos políticos, não conseguimos fazer ouvir a nossa voz. Há imensa gente a pensar como André Rocha, pronta a pagar um preço e “mesmo que, para ter alguma voz, tenha de assumir a integração num determinado grupo” a assumir riscos.
Efectivamente custa a criar o nosso próprio “poleiro”, custa ter voz numa sociedade amorfa. O poder aceita a heterodoxia dentro das suas fronteiras. Os outros partidos, por incrível que pareça, são fundamentalistas e tem sempre gente mais ambiciosa do que as suas capacidades lhes permitem ser e tem imensos inimigos internos e externos. O poder é muito mais eficaz. Tudo faz, já que não pode secar a criatividade alheia, para cortar pela base qualquer veleidade de existência de outros palcos para além do seu.
Eu próprio foi vítima de uma conspiração urdida por gente ligada ao poder e de que Matos, Freitas e Armada são somente pequenos peões utilizados para esse fim. Destes cabecilhas do PS recauchutados, recuperados, travestidos espera-se tudo menos que contribuam para aquilo que pode constituir a única arma de destruir este poder corrosivo: a criação de uma consciência cívica que ultrapasse a lógica partidária, a criação de um palco para todos os homens livres.
Ninguém nos quer matar, mas que há mais ódio do nosso lado do que do lado do regime parece evidente. Aqueles que parecem nossos amigos só nos querem utilizar mas submetem-se a puras lógicas partidárias. Assim a nossa colaboração só pode ser lealmente para quem for leal connosco. Colaborar “L E A L M E N T E” não é sacanagem não.
Concluindo, com o PSD e o PS fechados nas suas conchas continuamos todos tramados.

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

Acerca de mim

A minha foto
Ponte de Lima, Alto Minho, Portugal
múltiplas intervenções no espaço cívico

"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck
O mais perfeito retrato da solidão humana