28 fevereiro 2009

As Figuras Limianas da apresentação não estiveram ao nível do livro

De verdade que ao assistir à apresentação do livro “Figuras Limianas”, em edição da Câmara Municipal de Ponte de Lima e integrado no projecto “Terra Rica da Humanidade”, fiquei perplexo e a pensar que o mesmo seria um fiasco completo.
As intervenções que fizeram parte desta apresentação enredaram-se em aspectos marginais e até estranhos ao conteúdo do livro. Por um lado porque se preocuparam em realçar as participações neste projecto, a agradecer apoios e contributos. Por outro porque acharam que a ocasião era boa para algum protagonismo barato.
Felizmente que uma primeira apreciação me leva desde já a dizer que me enganei, ou antes, que me enganaram, porque as pistas que me deram para a leitura deste livro eram falaciosas ou inexistentes. Entendo que a apresentação deste livro, de qualquer livro, deveria constituir uma aproximação e não um afastamento em relação ao seu conteúdo.
O livro terá lacunas como é compreensível. Corre porém o risco se ser demasiado citar 150 figuras e de entre estas incluir algumas cujas ligações a Ponte de Lima são ténues e mesmo contestáveis. Que se procure encontrar pessoas que de alguma forma tenham laços com Ponte de Lima está certo, mas desde que se reconheça terem deixado por esse motivo alguma referência por estas terras. Deixar uma referência no túmulo seja no Brasil ou na Índia parece-me de pouco significado.
A História não se faz com figuras mas também se faz com figuras. O livro corresponde aos seus propósitos e é profícuo em aspectos interessantes principalmente de meados do século dezanove a meados do século vinte. A sorte é que o livro fica e a apresentação já se foi.

27 fevereiro 2009

Sócrates, vítima da pirraça

Gosto imenso de uma pessoa que dê dois murros na mesa, que reaja forte quando se vê ofendida. Porém quem tem responsabilidades governativas, embora tenha todo o direito de agir dessa maneira, não o pode fazer por sistema, tem de manter a calma e ser indiferente ao motivo que lhe causa desagrado na maioria do tempo.
Gosto imenso de quem não suporta a canalha, mas é perante esta que um homem se sente mais impotente, mais se exaspera, com mais vontade se sente de manifestar o seu desprezo. Infelizmente parece que se entende que quem tem responsabilidades governativas tem que tratar a canalha por igual à gente e manter uma postura esfíngica e superior.
A canalha, quando a reacção não é suficientemente forte, utiliza-a como estímulo próprio para acentuar o acinte dos seus despropósitos. Inocentemente ou não muitas pessoas se entretêm a discutir mais esta luta desigual do que as questões de fundo que interessariam ao País. No fundo isso também mexe com eles. Também isso mexe comigo e por isso falo.
Sócrates sentiu necessidade de esclarecer quais as forças “ocultas” que se mexem, referindo-se a um jornal e a uma estação de TV. Efectivamente o espectáculo dado pelo Público e pela TVI é demasiado degradante, acintoso para que, mesmo pessoas que não gostem de Sócrates, gostem de os ouvir. A tal postura de canalha que se dedica à pirraça é a que eles assumem.
Depois do 25 de Abril muito político subiu à custa da vitimização. Sócrates não subiu dessa forma, nem é agora que vai precisar disso para se promover. Aqueles que se vitimizam adquirem normalmente um crédito extra junto do povo. Sócrates não precisa disso para vencer. Não é com este propósito que Sócrates procede desta maneira. Simplesmente lidar com canalha pirracenta, com tanta canalha junta, é muito difícil.

26 fevereiro 2009

Ainda o TGV e a Assembleia Municipal de Ponte de Lima

Muitas vezes há títulos de jornal que esperam pelas notícias e afinal estas vêm por não corresponder. Não há mal, mantêm-se o título.
Quando assim é, quando a noticia em si não dá qualquer razão ao título, só nos resta desculpabilizar, mas chamar a atenção para que o mesmo se não repita. Porque há sempre aqueles que só lêem os títulos e ficam mal informados. O Quim dos Jornais também tem alguma razão, é certo: Eles que comprem os jornais e lá lêem a notícia toda, em vez de se porem a lerem títulos no escaparate e a taparem-lhe a vista do Largo de Camões.
Mas também há os mal-intencionados e para esses qualquer título serve. Ora a notícia desmente o título porque não assinala qualquer tomada de posição colectiva, antes põe em evidência a diferença de opiniões. Com efeito para o PS “que se lute por um traçado que minimize os danos”. Para Daniel Campelo que “o impacto da passagem do PGV seja o menos mau possível”.
Houve um erro de cálculo no tiro que Abel Batista, Presidente da Assembleia, quis dar para despoletar uma tomada de posição adversa ao TGV e a qualquer traçado que passe por Ponte de Lima. O seu próprio partido não se pronunciou, embora custe a acreditar que seguisse Abel Batista e não Daniel Campelo. Apoio explícito para a tal guerra só o recebeu do PSD.
Se Abel Batista quis falar antes de Daniel Campelo para introduzir esta areia na engrenagem, depois da intervenção dele e no fim da Assembleia não mais se manifestou e deu por finda a Assembleia sem dizer a que conclusões tinham chegado. Onde ficou a guerra que o AltoMinho descobriu, a acreditar no título da sua notícia, no resto correcta no seu essencial.

23 fevereiro 2009

Os Hedge Funds e o suspeito António Borges

Um dos cérebros iluminados da nossa praça chama-se António Borges. Foi Vice-Presidente da Goldman Sachs para a Europa. Nessa qualidade esteve envolvido num ruinoso trabalho encomendado pelo Governo Português para justificar uma reestruturação do sector energético e que foi chumbado pela Comissão Europeia. Custou-lhe o lugar e uma fortuna a Portugal. Ganhou outra fortuna com o seu despedimento.
Actualmente é Presidente do Hedge Fund Standards Board e primeiro conselheiro e Vice de Ferreira Leite. Que crédito político pode merecer este homem a quem chamam economista, mas cuja vida tem sido de financeiro do lado especulador, ele chama-lhe de risco?
Quem continua a gabar e patrocinar estes fundos de investimento especulativo que utilizam todos os artifícios para ganhar dinheiro e que garante que eles vão ganhar em 2009 e não vão voltar a ter prejuízos como em 2008 não pode exercer funções políticas.
Estes fundos garantem ganhar quando os outros perdem, mas para que tal aconteça têm que ir buscar esses ganhos a qualquer lado. Como já têm uma dimensão de três triliões de dólares conseguem manipular as cotações das acções que entenderem atacar e ganhar com as percas dos outros.
Estes fundos são tão nefastos para a economia que a Comissão Europeia indicou-os para serem analisados pelos G20 no sentido da sua regulação, o que pode corresponder à sua extinção, isto é, a terem que cumprir regulamentos iguais aos outros.
Por isso qualquer palavra de António Borges é suspeita.

21 fevereiro 2009

As questões do TGV

O Presidente da Câmara, Daniel Campelo, adoptou na Assembleia Municipal uma atitude optimista. O TGV não é o céu mas também não vai representar o inferno para Ponte de Lima. Está pronto a lutar pela minimização dos impactos negativos.
Qualquer alternativa que fosse apresentada seria decerto mal vista pelos que viessem a ser prejudicados por ela. Uma clara opção por uma das alternativas apresentadas só podia ser adoptada por razões pessoais, porque qualquer delas tem impactos terríveis, na sua opinião.
O PS foi que mais de acordo esteve com esta posição, mas depois de Jorge Nuno Magalhães do PSD ter apresentado a posição como de irredutível oposição à passagem do TGV por Ponte de Lima não havia da parte do PS nada mais a discutir. Qualquer moção que chamasse a atenção para problemas que podiam ser minimizados ou eliminados com alguma alteração às alternativas apresentadas já não era possível.
Infelizmente as contradições que o PSD vive a nível nacional em relação ao seu passado e em particular ao que foi decidido no governo de Durão Barroso também cá chegam. Infelizmente esta gente, que só ambiciona ser poder e não sabe ser oposição, não tem problemas morais em assim ser.
Contagiantes de optimismo quando estão no poder, na oposição são uns chatos permanentes.

20 fevereiro 2009

Um episódio na Assembleia

A Assembleia Municipal de Ponte de Lima reuniu hoje, 20/02/2009, sem que houvesse na agenda motivo de grande interesse. Tinha-se previamente combinado que mediante o conhecimento mais detalhado do estado do projecto do TGV e da intervenção da Câmara de Ponte de Lima pudesse na altura ser acrescentado à agenda um ponto para discutir a questão e uma eventual posição conjunta de todas as forças representadas.
Antes que o Presidente da Câmara apresentasse a sua posição em resposta a intervenções já havidas neste sentido no período de antes da ordem do dia, o Presidente da Assembleia, sem abandonar a sua posição na Presidência, fez uma longa intervenção defendendo uma posição conjunta em termos mais ou menos por si delineados e incentivou/mandou que os líderes partidários e presidente de juntas interessados se reunissem.
O Presidente da Assembleia defendeu também que os mesmos elementos deveriam formar uma comissão para acompanhar o processo. Mas o Presidente da Assembleia não procedeu correctamente porque:
1 – Deveria abandonar o seu lugar na Mesa e fazer uma intervenção como membro da Assembleia
2 – Deveria propor à Assembleia o aditamento dum ponto à ordem de trabalhos a aprovar pelo plenário.
3 – Deveria propor à Assembleia a formação de uma comissão para explorar a possibilidade de uma moção conjunta.
4 – Deveria propor à Assembleia a formação de uma comissão de acompanhamento que verificaria o cumprimento das decisões tomadas no plenário.
O Presidente da Assembleia, Abel Batista, nada disto fez e teve que se limitar a encerrar a sessão sem sequer se referir ao falhanço das suas propostas.
O Presidente da Câmara, Daniel Campelo, desmontou as estratégias de afrontamento e a má fé do PSD nesta questão.

17 fevereiro 2009

O preço da democracia

Esta é o máximo: Para Daniel Campelo os adros de várias Igrejas está ameaçado pelo traçado do TGV. Isto não lembraria ao Diabo. Se as Igrejas estão ameaçadas é pela falta de verdade que impera no mundo, para não ser catastrófico, porque esta verdade é comummente aceite.
Que Daniel Campelo queira mais um bocado de protagonismo está no seu direito, mas que veja em quem se pendura. Que temos todo o direito de reclamar mais informação é verdade, que um simples traçado demasiado largo numa velha carta militar pouco nos diz. Que devemos reclamar por uma apresentação pública é verdade.
Nós não sabemos sequer do que estamos a falar, como o projecto se implementará no terreno, onde passa em túnel e onde passa em viaduto, que protecção existe em especial quando o TGV passa ao ar livre, a que nível de ruído estão sujeitas as pessoas nas imediações da linha, qual a velocidade prevista para as várias localizações.
O nosso território é demasiado irregular para que, sem outros dados que nos sejam fornecidos, se saibam os aspectos mais salientes do projecto. Reclamemos pois por uma apresentação pública do projecto, nada de muito complicado para quem que levar adiante um projecto desta dimensão. Os custos duma apresentação destas são os custos da democracia, que todos devemos pagar com prazer.

16 fevereiro 2009

Professores que não se coíbem de prejudicar os alunos

900 alunos, 143 professores e uns tantos funcionários constituem o Agrupamento de Escolas do Território Educativo de Coura. Paredes de Coura é um dos concelhos, senão o concelho menos atractivo do Alto Minho. Sendo o único que não comunica directamente com o Rio Minho ou o Rio Lima é prejudicado por esta interioridade que nem a auto-estrada veio suavizar.
O seu processo de desertificação vem de há muitos anos, mas não tem deixado de haver empenho da Câmara em o fazer reverter e a melhoria do sistema educativo, no qual se inclui ensino profissional, é disso exemplo.
Agora os professores, em luta contra a melhoria do ensino, resolveram não levar a cabo as actividades programadas para a época de Carnaval e as viagens à praia que costumavam ser facultadas a estes aluno no início do Verão. Os pais indignados revoltam-se e muito justamente. È necessário parar esta luta que só contribuirá para agravar as dificuldades inerentes a viver nest Interior.

15 fevereiro 2009

Um vila do sempre a andar que um dia fecha

As alterações a efectuar no Passeio 25 de Abril e ruas adjacentes nunca foram publicitadas. Um qualquer vereador da Câmara Municipal de Ponte de Lima acorda um dia mal disposto e decide que há-se varrer todos os carros da Vila de modo a não estragar a fotografia de algum pretensioso que por cá passe.
Alargar passeios que a gente é muita, proibir simples paragens que os comerciantes e outros serviços da Vila não necessitam de acessibilidades é o lema. Os de Gondomar agradecem nos domingos que cá vêm para esticar as pernas, apanhar ar fresco e usar as casas de banho.
Neste concelho nada é submetido a parecer sequer dos órgãos camarários, quanto mais submetido à apreciação do público em geral. Tudo é decidido por seres iluminados que impõem a sua ideia de Vila, adulteram toda a vivência característica de uma Vila tão tradicional como a nossa para aplicar uma modernidade saloia que os deixe ficar na história.
As vozes contra são muitas, mas o poder sabe como actuar. Promove intervenções desgarradas que somadas dão como resultado este atrofiamento irresponsável, esta desertificação inexorável, esta debandada irreversível. Quem nos salva destes seres irrequietos que esventram tudo, remexem o mexido e se dedicam a remendar o que antes estragam?

14 fevereiro 2009

O Sarrabulho, um prato popular a recriar

Que Ponte de Lima queira tirar partido do sarrabulho, tudo bem. Há outros sarrabulhos no País, mas não haverá dúvidas que se criou aqui uma tradição de o servir em restaurantes populares com uma confecção específica. Mas acho que se está a ir pelo caminho errado.
A necessidade de certificação do prato não tem que passar por um padrão apertado usado na sua feitura. A necessidade de utilizar produtos previamente embalados é um contratempo para os restaurantes que deriva de que a utilização de produtos frescos pode não ocorrer em tempo útil. Mas também isso não obriga a que haja um fornecedor único que garantiria a utilização de um padrão definido.
Num recente jantar da Confraria do Sarrabulho Daniel Campelo defendeu que “temos de fazer o sarrabulho como manda a confraria”, que “não devemos vender o que não temos”, que “devia haver um preço de referência que os confrades deviam respeitar”, “devia haver uma padrão de produto e de preço do sarrabulho”.
Mais defendeu que “os restaurantes têm que funcionar cada vez mais em equipa e cada restaurante tem que funcionar como um agente promocional da sua terra … se não fica cada um com o seu quintal, mas pode ficar com coisa pouca”.
Não há decerto ramo de actividade em que mais se justifique a concorrência. No preço, até porque este está ou deve estar dependente de outros factores como conforto, qualidade do atendimento, etc. Na confecção porque é benéfico que se estimule a criatividade e a diferenciação. Daniel Campelo quer padronizar uma mediania pouco mais que sofrível?

13 fevereiro 2009

Em Ponte de Lima o CDS lucra com a marcação que há entre os outros partidos

A parte mais autêntica do PSD não faz destrinça entre o plano nacional e o local: O inimigo é o PS e está tudo dito. O problema é que estão habituados a tratar o CDS como um partido muleta e aqui o Daniel Campelo não vai na conversa e até gosta menos deles do que de quaisquer outro adversário.
Este cenário enviesado deixa-os enraivecidos. O CDS não lhes deita a mão, mas até a verdade é que, quando lhes deitou, eles portaram-se obedientemente e trataram da sua vida e em vez de alimentarem as raízes que tinham mais freguesias, deixaram que o CDS lhes roubasse a base de apoio.
Se o governo Santana Lopes não tivesse caído o cenário de hoje seria decerto outro e o PSD talvez estivesse a participar no executivo camarário. Assim continuam excluídos, vendo socialistas por todo o lado a barrar-lhes o caminho. E estes andam satisfeitos só por este facto, o que é pouco.
Esta marcação, se tem lógica a nível nacional, não a tem a nível local, mas também não há aqui qualquer tradição de cooperação entre os dois partidos. De costas voltadas vão alegremente “permitindo” que os seus apoiantes nas legislativas continuem a dar a Daniel Campelo um apoio descabido e contraproducente.

12 fevereiro 2009

O imobilismo político em Ponte de Lima

Em Ponte de Lima, e politicamente falando, o clima é deprimente. O CDS incrustou-se no poder desde o 25 de Abril com uma segurança só posta em causa em duas eleições de 89 e 93 no apogeu do PSD.
O PS tem deambulado de mau a pior, chegando mesmo ao péssimo de não ter representação no executivo camarário durante três mandatos. Recuperou sem honra nem glória no mandato de 2001 e segurou-o em 2005 com um arrojo pouco habitual. Tem executado um mandato muito consistente sem que consiga penetrar sobremaneira na muralha adversária.
Mesmo assim isto incomoda o PSD. Deste alguns sectores transportam para a realidade local o que se passa a nível nacional e elegem o PS como inimigo principal. Outros pensam que era possível uma aliança com o PS, mas são mais os que lhes agradaria ficar com uns sobejos do CDS.
Claro que o cerne do PSD se revê nos gloriosos anos do cavaquismo em que a sua arrogância, a sua ganância em ocupar tudo que fosse cargo público levou à aliança das forças de esquerda com o CDS. Foi um cheque em branco mal aproveitado e pelo qual Daniel Campelo responderá um dia.

11 fevereiro 2009

Vamos ter nova guerra do queijo?

Segundo a RAVE (Rede de Alta Velocidade) “no caso da Câmara Municipal de Ponte de Lima, a reunião solicitada por carta de 2 de Julho, em que se solicitava também a disponibilização de elementos, não veio a concretizar-se por dificuldades de agenda". Havia um compromisso de ouvir a Câmara de Ponte de Lima antes de publicado o mapa a submeter a inquérito ao impacte ambiental e aí Daniel Campelo tem razão.
"Há certamente alternativas com bem menos impactos negativos e a Câmara está disposta para colaborar na definição do desenho dessas alternativas. Os corredores agora publicados são simplesmente danosos para o Concelho e esses nós não podemos - nem iremos - aceitar". Isto também é de Campelo e parece-nos fanfarronice a mais. Quanto à apresentação de alternativas ela é problemática.
Não se vê hipótese de que o TGV não passe no Formigoso onde a travessia pela montanha é mais estreita. As opções a sul de Ponte de Lima são pela Facha, a poente do Monte da Nó e esta afastaria o comboio de Ponte de Lima e nunca iríamos ter hipótese de vir a beneficiar dele.
A outra opção será uma linha quase recta entre a actual estrada para Braga e a auto-estrada, com uma passagem mais problemática a norte do Rio Lima. Esta última solução permitiria pensar numa futura possibilidade de utilização desta via-férrea para comboios que parassem em Ponte de Lima.
Ainda não temos uma perspectiva exacta da questão por falta de conhecimento da forma que a linha vai assumir em cada lugar que atravessa: túnel ou viaduto. Mas dadas as características técnicas, em especial de desníveis, as alternativas serão de pormenor.
Aquele “não iremos aceitar” é uma pia mentira, há cenas que decerto se não vão repetir.

10 fevereiro 2009

Como se passam as pias mentiras

Numa entrevista ao AM o vereador Franclim Sousa afirma que a política educativa do Município está a ser seguida no mesmo rumo desde 2002, desde o governo Durão Barrosos, era ME David Justino.
Ora a Lei de Bases do Sistema Educativo em vigor data de 2003, do governo de Santana Lopes, mas é verdadeiramente com José Sócrates que as alterações a implementar no sistema educativo levam um impulso efectivo.
Mas mesmo a Carta Educativa de Ponte de Lima só foi aprovada há três anos e não tem sido minimamente respeitada e em alguns casos ainda bem, tão mal ela foi elaborada.
As soluções adoptadas têm sido as propostas pelo PS, por minha iniciativa, que as defendi na Assembleia Municipal e do vereador Jorge Silva, que as defendeu no Executivo Camarário.
Quando até no PS houve membros menos receptivos à politica governativa, houve oposição a acabar com escolas ridículas nas aldeias com o argumento que isso favoreceria a desertificação, a Câmara propôs escolas em sítios como Cepões, Poiares e muitos mais que veio a abandonar.
A nossa proposta passava por escolas entre 100 e 200 alunos, de 6 a 12 salas de aula de turma, com outras de apoio e em número de cerca de 15 edifícios devidamente distribuídos pelo concelho seguindo o princípio das linhas de água e até assumindo a sua designação ou outras designações ligadas à natureza.
Foi esta opção que veio a ser tomada e as poucas localizações com que não concordamos, são os casos que já estavam mais avançados com a compra de terrenos e com o começo de algumas obras.
Era bom que o vereador se não vangloriasse daquilo que foi feito contra a sua opinião expressa em documentos.
Estamos no domínio das pias mentiras.

09 fevereiro 2009

Jornalismo de telemóvel

O jornalista não pode estar em todos os lados, tem que ter fontes de informação, mas idóneas. Não é o que acontece se perguntar ao promotor de um evento se ele correu bem ou mal e confirmar na autarquia que está interessada na propaganda. Isto é ser simples correia de transmissão de uma opinião comprometida.
O Sr. Miguel Rodrigues, jornalista do JN, é isso que tem sido. Recebeu do Sr. Agostinho Gomes, o tal empresário, e da Câmara de Ponte de Lima, a tal autarquia, uma notícia que publicou no JN de hoje, 09/02/2009:
A Feira do Porco teve uma “afluência com grande afluência”
A Feira do Porco teve 32 mil visitantes.
Na tenda da Feira do Porco cabiam 5 mil pessoas.
A primeira parte diz da qualidade da escrita deste jornalista.
A segunda diz do que é capaz o arroz de sarrabulho, do seu efeito na mente de jornalistas destes.
A terceira pretende justificar o impossível: Meter um elefante no cú duma agulha.
A tenda tem 2.550 metros quadrados e esteve quase ocupada com expositores que ficaram da Feira dos Noivos que lá tinha ocorrido antes.
Cinco restaurantes com um palco no meio e um cruzeiro ocupariam um terço do barracão com mesas que não levariam mais de trezentas pessoas
Quinhentas pessoas, se tanto, encheriam toda a tenda.
Há que ter bom senso, Sr. Jornalista.
Não faça dos seus leitores estúpidos.
Não estrague a qualidade do JN.

08 fevereiro 2009

Falsas verdades, pias mentiras

Em Ponte de Lima sabe-se que ninguém está dentro de todos os assuntos, a não ser talvez o Daniel Campelo. Quando alguém sabe de alguma coisa, ninguém se quer chatear, vamos lá nós sair à estrada a gritar que o Rei vai nú? Vamos ao menos repor alguma verdade?
As mentiras vão-se espalhando, mas tão piamente, tão pouco, tão ligeiramente, tão sem importância, que a sua falsidade vai passando despercebida. As mentiras pias são aquelas que aparentemente não prejudicam ninguém.
O nosso espírito crítico não está alerta, tão piamente são apresentadas as mentiras, embora mais tarde, quando os dados que as demonstrem estiverem esquecidos e mais fora do nosso alcance, até chegam a ser aproveitados para fins promocionais.
Se algum caso chega a dar raia, e são tão poucos, logo surge uma catadupa de gente a desvalorizar a importância da mentira. Até se chega a dizer que a mentira teve efeitos benéficos.
Serão poucas as pessoas que não aceitem que o seu poder se instale em cima da mentira. Em especial na consolidação do poder, poucos estarão livres de a praticar, mas não pode ser por isso que se não deve denunciar.
Abaixo a mentira por mais pia que seja.

01 fevereiro 2009

Entrevista a um ex e sempre putativo candidato

Trigalfa – Sendo o líder da oposição na Câmara Municipal de Ponte de Lima e com a sua experiência porque razão não se volta a candidatar pelo seu partido?
Manolo Milheiro – O meu partido tem quadros suficientes para não ocupar o cenário sempre com as mesmas caras.
Trigalfa – Sente que a sua imagem terá enfastiado, está gasta?
Manolo Milheiro – Sinto-me um jovem com experiência.
Trigalfa – Qual a sua opinião sobre a escolha do seu partido?
Manolo Milheiro – Como o Tony Martinez não apoia o nosso candidato claro que tenho que ser eu a apoiar.
Trigalfa – Quer dizer que no PSD nunca há acordo?
Manolo Milheiro – Desde que o partido se dividiu entre o carrascão e o chá das cinco que assim é. E isso tem-nos retirado força.
Trigalfa – Vai ficar-se por aí?
Manolo Milheiro – No nosso partido andamos sempre por aí. Uma reforma, um emprego do Estado e vamos andando por aí. Não vê o Santanete? Quando temos valor não tenham pena de nós. A última coisa que faria era ir pedir a casa do vizinho. A nossa estratégia é tirar o vizinho da casa.
Trigalfa – Comparar-se ao Santanete não é pretensão exagerada?
Manolo Milheiro – Sou dirigente distrital e tenho o meu peso. Tenho boa presença na TV, mas nem sempre tenho oportunidade de lá aparecer. Enquanto vou treinando.
Trigalfa – Então o Tony Martinez não o vai parar?
Manolo Milheiro – O Tony teve o seu tempo, está no plano descendente. Não entro na Havanesa, porque não entro onde o inimigo conspira.
Trigalfa – Não teria sido por ter escolhido mal o seu quartel-general?
Manolo Milheiro – Então há lá sítio melhor? Estou perto da Câmara, perto dos Bombeiros e da Polícia, o Hospital não fica longe, como vê quando me chamarem estou sempre disponível.
Trigalfa – E da escola onde trabalha. Que diz da actual situação?
Manolo Milheiro – Cada vez gosto menos de ir à escola. Estou saturado. Sempre que posso fugir para a política ou para a minha actividade profissional fujo. Para mim o essencial é que os alunos tenham professores satisfeitos, bem remunerados, sempre em festa e com tempo para descansarem. Aos alunos já chega o que passam nas explicações.
Trigalfa – Quer dizer que é contra a avaliação e a Ministra da Educação?
Manolo Milheiro – Quem a avalia somos nós e não merece positiva. É uma pretensiosa, com aquela figura timorata bem nos queria tramar a vida. Mas o povo social-democrata e até socialista está cá para lhe fazer frente.
Trigalfa – Porque se acobertam detrás dos comunistas dos sindicatos e utilizam uma linguagem que nem os operários do Barreiro alguma vez usaram?
Manolo Milheiro – Andam a dizer isso para nos deitarem abaixo. As coincidências acontecem e não vamos dizer aos comunistas para se irem embora. Aliás o BE tem excelente imagem, têm cara de santos, são os mártires dos dias de hoje. Não sou eu que tenho vocação para santo e eles fazem falta.
Trigalfa – Com os correligionários que cá tem parece sentir-se melhor na política nacional?
Manolo Milheiro – Tenho de reconhecer que isto aqui é pequeno para mim. Não tenho o reconhecimento devido, nem como professor, nem na minha restante actividade profissional, muito menos na actividade política. Vejo tantos a receber medalhas da Câmara e eu? Sim, eu?

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

Acerca de mim

A minha foto
Ponte de Lima, Alto Minho, Portugal
múltiplas intervenções no espaço cívico

"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck
O mais perfeito retrato da solidão humana