28 fevereiro 2009

As Figuras Limianas da apresentação não estiveram ao nível do livro

De verdade que ao assistir à apresentação do livro “Figuras Limianas”, em edição da Câmara Municipal de Ponte de Lima e integrado no projecto “Terra Rica da Humanidade”, fiquei perplexo e a pensar que o mesmo seria um fiasco completo.
As intervenções que fizeram parte desta apresentação enredaram-se em aspectos marginais e até estranhos ao conteúdo do livro. Por um lado porque se preocuparam em realçar as participações neste projecto, a agradecer apoios e contributos. Por outro porque acharam que a ocasião era boa para algum protagonismo barato.
Felizmente que uma primeira apreciação me leva desde já a dizer que me enganei, ou antes, que me enganaram, porque as pistas que me deram para a leitura deste livro eram falaciosas ou inexistentes. Entendo que a apresentação deste livro, de qualquer livro, deveria constituir uma aproximação e não um afastamento em relação ao seu conteúdo.
O livro terá lacunas como é compreensível. Corre porém o risco se ser demasiado citar 150 figuras e de entre estas incluir algumas cujas ligações a Ponte de Lima são ténues e mesmo contestáveis. Que se procure encontrar pessoas que de alguma forma tenham laços com Ponte de Lima está certo, mas desde que se reconheça terem deixado por esse motivo alguma referência por estas terras. Deixar uma referência no túmulo seja no Brasil ou na Índia parece-me de pouco significado.
A História não se faz com figuras mas também se faz com figuras. O livro corresponde aos seus propósitos e é profícuo em aspectos interessantes principalmente de meados do século dezanove a meados do século vinte. A sorte é que o livro fica e a apresentação já se foi.

1 comentário:

Veritas Ponte de Lima disse...

Concordo com tudo aquilo que escreveu sobre o lançamento deste livro,ainda bem que chamam de figuras limianas, pois de filhos da terra faltam muitos, tanto ou mais ilustres doque alguns daqueles aqui biografados. Vou citar algumas personalidades (séc. XX)que foram ignoradas nesta obra, quiça pela sua forma de pensar,.
O Américo Carneiro, ilustre prof. de Português e Latim; Joaquim Manuel de Lima, o famoso ''santeiro'' entalhador que se notabilizou em Lisboa, António Amorim (António Baldrufa), publicista e politico exilado no Brasil, António Mimoso (da Casa de Sá), Aníbal Marinho, publicista e poeta, Adelino Sampaio, António Morgado Morais, José Valente Fiúza, David da Rocha Braga, jornalista e poeta, Diogo Peixoto de Oliveira, Maestro, Joaquim de Azevedo Medeiros Lima, etc, e tantos outros que podiam ser enumerados noutros séculos.

António da Ponte Silva e Lima

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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Ponte de Lima, Alto Minho, Portugal
múltiplas intervenções no espaço cívico

"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck
O mais perfeito retrato da solidão humana