28 setembro 2009

Uma primeira análise às legislativas de 2009

Se mantivermos a velha divisão esquerda/direita estas eleições consolidam uma relação de 60% para 40%, problemático é ela constituir alguma vantagem. Na verdade as quatro forças políticas que se opuseram ao Partido Socialista, ultrapassando essa dicotomia, conduziram a sua acção política nesta última legislatura e a recente campanha eleitoral na lógica da destruição da sua maioria absoluta. E conseguiram-no.
Mas conseguiram mais. Em primeiro lugar que o Partido Socialista, além de não ter maioria absoluta, não tenha também maioria em relação à direita. Essa maioria só será conseguida com um dos partidos BE ou PC, mas já não bastará um só destes para obter a maioria absoluta.
Se a governabilidade depender de uma maioria absoluta teremos que a dita esquerda só coligada poderá contribuir para ela, porém o contributo de um só partido bastará para derrotar a direita. Qualquer partido da direita bastará para assegurar uma maioria absoluta com o Partido Socialista e mesmo a abstenção do PSD bastará para dar uma maioria relativa.
O problema não se resolverá com a iniciativa do Partido Socialista dado que os outros partidos não estão no geral disponíveis para coligações, muito menos nas circunstâncias exigidas. O partido mais disponível seria o CDS mas o preço a pagar seria demasiado alto. Resta esperar que os outros partidos entrem em contradição e definam uma estratégia diferente. Se esta se mantiver no “bota abaixo” estamos fritos.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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O mais perfeito retrato da solidão humana