01 setembro 2009

L E A L M E N T E

A propósito de apoios, manifestei o meu à candidatura protagonizada pelo PSD local, mas este, entretido com as questões como a do TGV, deslocado da realidade pelo discurso oco e agressivo de Ferreira Leite, fechado no núcleo duro que os membros da actual comissão política local constituem, ainda não foi capaz de dar origem a um movimento de apoio mais abrangente que a sua fraca base de apoio de momento.
Pode parecer-lhes irrelevante, mas não é. Talvez seja sinal de quererem o protagonismo, o palco todo para eles. Porque ninguém pode ser ingénuo ao ponto de pensar que os apoiantes não querem, não precisam e não merecem um bocado de espaço nesse palco mediático, caso contrário não há motivação. Porque deixaram que a situação aplicasse a sua garra protectora em André Rocha, veja-se em
arquitectura e ponte de lima? Pergunto.
Com uma sociedade civil tão fraca como a nossa, sem um apoio claro e explícito às suas iniciativas, sem uma ajuda dos partidos políticos, não conseguimos fazer ouvir a nossa voz. Há imensa gente a pensar como André Rocha, pronta a pagar um preço e “mesmo que, para ter alguma voz, tenha de assumir a integração num determinado grupo” a assumir riscos.
Efectivamente custa a criar o nosso próprio “poleiro”, custa ter voz numa sociedade amorfa. O poder aceita a heterodoxia dentro das suas fronteiras. Os outros partidos, por incrível que pareça, são fundamentalistas e tem sempre gente mais ambiciosa do que as suas capacidades lhes permitem ser e tem imensos inimigos internos e externos. O poder é muito mais eficaz. Tudo faz, já que não pode secar a criatividade alheia, para cortar pela base qualquer veleidade de existência de outros palcos para além do seu.
Eu próprio foi vítima de uma conspiração urdida por gente ligada ao poder e de que Matos, Freitas e Armada são somente pequenos peões utilizados para esse fim. Destes cabecilhas do PS recauchutados, recuperados, travestidos espera-se tudo menos que contribuam para aquilo que pode constituir a única arma de destruir este poder corrosivo: a criação de uma consciência cívica que ultrapasse a lógica partidária, a criação de um palco para todos os homens livres.
Ninguém nos quer matar, mas que há mais ódio do nosso lado do que do lado do regime parece evidente. Aqueles que parecem nossos amigos só nos querem utilizar mas submetem-se a puras lógicas partidárias. Assim a nossa colaboração só pode ser lealmente para quem for leal connosco. Colaborar “L E A L M E N T E” não é sacanagem não.
Concluindo, com o PSD e o PS fechados nas suas conchas continuamos todos tramados.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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Ponte de Lima, Alto Minho, Portugal
múltiplas intervenções no espaço cívico

"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck
O mais perfeito retrato da solidão humana