22 janeiro 2007

O Reino do “Faz de Conta” - Episódio 4

O nosso Primeiro-Ministro, José Sócrates, disse que um dos erros cometidos no passado foi ter-se permitido que “boa parte do esforço em formação não qualificasse nem certificasse as pessoas”.
Os formandos podiam ter ficado com um certificado de habilitações e já não dariam azo a um gasto em dobrado, maugrado o dinheiro não ser nosso, segundo dizem. Mas a facilidade com que se tiraram os cursos não permite que se fale em esforço, antes desleixo.
Se essa formação foi um logro, com a certificação o logro teria sido bem maior, como é evidente. Se o nosso Primeiro dá cobertura a este passado faz-nos pensar que a proliferação de reconhecimentos, validações e certificações que por aí já se expandem só prometem aldrabice.
Ninguém acredita nisto, a começar pelos próprios formandos, de cuja boa fé se não duvida, mas que, como é habitual, se vão deixar arrastar pela corrente. Se alguém pensa que vai aprender alguma coisa depressa ficará a saber que não vai sair de lá mais habilitado, e era necessário substancialmente mais.
O mercado de trabalho não acredita, quem é sério não acredita e se há políticos que acreditam nisto é porque não são sérios. Mas o mais grave é que transmitem uma falta de rigor e exigência, promovem o desleixo e o facilitismo, criam nos jovens a apatia, a morbidez de pensar que tudo lhes virá um dia a vir à mão sem custo, sem sacrifício.
Ao menos não consumam os jovens. Deixem-nos brincar porque são eles que estão numa idade mais própria para isso.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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O mais perfeito retrato da solidão humana