30 janeiro 2007

O Reino do “Faz de Conta” - Episódio 10

Todos sabemos que é fraca a qualificação dos portugueses para que o País possa ter uma actividade económica similar à de outros países europeus de idêntica dimensão. Mas não é o voluntarismo a forma mais adequada para encarar este problema de forma a conseguir uma resolução consistente.
A nossa situação deficitária não é coisa de que nos não tivéssemos apercebido há muito, só que a industrialização do País por via das actividades de trabalho intensivo, como os têxteis, o calçado, as cablagens levou ao adormecimento e ao agravar contínuo da situação.
Com a deslocalização e reconversão de algumas actividades depara-se-nos enfim um novo patamar de desenvolvimento para assumir do qual são feitas exigências a que dificilmente poderemos corresponder.
Isto devia ser encarado como um incentivo para a aquisição de novos conhecimentos mas é abordado com o voluntarismo e o facilitismo habituais tudo parecendo resumir-se a uma simples questão de validação de qualificações que já estariam adquiridas. O voluntarismo no geral só atrapalha.
Entre nós, uma ancestral cultura do desenrasque fugaz e pouco sólida e uma resignação doentia substitui o esforço na sentido do sacrifício, o estudo e o empenho na preparação contínua, no aperfeiçoamento constante.
Uma nova cultura tem de ser adquirida pelas novas gerações, tão cedo quanto possível, que o normal é a partir de certa idade só pensarmos em aproveitar os frutos cultivados, sem nos preocuparmos em deitar novas sementes à terra, ou plantar novas árvores.Só uma forte e persistente campanha de incentivos à melhoria das nossas capacidades de enfrentar os novos desafios que se nos apresentam pode contribuir um pouco para a mudança necessária, mas o esforço maior tem que ser dirigido à juventude, com uma nova maneira de encarar a formação.

2 comentários:

Atento disse...

Gostava mais do laranja...

trigalfa disse...

Acho que as coisas não podem ser vistas com essas cores quentes.O que se nos depara é uma caminho como o da imagem, íngreme e pedregoso e mesmo sem querer pôr tudo negro, há que equilibrar a pantalha.

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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O mais perfeito retrato da solidão humana