14 janeiro 2007

A nossa arqueologia intelectual

Na vida em sociedade temos de “ligar” a vários factores para podermos sobreviver, relacionarmo-nos minimamente, conseguir apoios ou pelo menos não despoletar desavenças, embirrações, ódios.
A vida é difícil porque as pessoas são difíceis, estando muitas sempre preparadas para arranjar problemas onde os não deveria haver. Claro que isto é fogo rasteiro, a que os mais bem sucedidos se vão furtando.
Facilmente chegamos à conclusão que são os mais mal sucedidos que mais digladiam os que não vêm acima do nível dos seus olhos. Em relação a estes, os bens sucedidos, entre os quais os políticos, o povo desculpa-se com a frase “eles comem da mesma gamela e entendem-se sempre” e evita interferir.
À letra poderia querer significar que se o povo se não entende é porque tem a ideia de que a sua gamela é diferente para cada um. Por isso se não “une” na procura de superar os seus desentendimentos, antes se gladiam e não geram em si políticos mais maduros e menos volúveis do que os que temos.
Para mim porém o problema não é de gamela mas outro. Há quem chame a isto individualismo mas não é. Há quem chame a isto inveja, talvez. Há quem chame a isto ignorância, talvez.
Trata-se de uma desonestidade intelectual intrínseca fruto do nosso passado e que impede que na vida social e política as questões sejam assumidas com a devida frontalidade.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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O mais perfeito retrato da solidão humana