Viver num sítio calmo e tranquilo é bom, é fácil quando se tem uma situação económica estável e poucas mais ambições a satisfazer. Isto é quando se queira prescindir do que é mais caro, para não desequilibrar o orçamento.
E depois as pessoas também têm que contribuir para os activos deste orçamento, principalmente quanto se tem muitos anos de vida presumível pela frente. Há anos criou-se a ilusão do trabalho pela Internet, mas ficou-se por aí.
Muito folgazão e político correu atrás da ideia mas a e-confecção, o e-governo, o e-emprego ficou-se pelas fábricas e pelos gabinetes, não chegou à mesinha de cabeceira.
Ciclicamente uns líricos voltam ao campo, agora já não com vacas e milheirais mas com jardins e borboletas. A dinâmica económica é que não vai nessa e os primeiros a perceber isso são os jovens que têm que migrar para outras bandas, à procura do pão.
Infelizmente vão só com a pouca preparação que conseguiram arranjar por cá. Mas aquilo que parecia impossível há anos, vê-se agora com clareza, muitos não vão voltar. Se estabilizam a vida por fora que os leva a cá vir?
Os que conseguem trabalho por perto para ir e vir diária ou semanalmente já são milhares e sujeitam-se à exploração, a trabalhar em condições deficientes, a dar cabo da saúde, a não ter segurança social, que depois ela paga na mesma, esperam eles.
Já estávamos habituados a construir muita coisa à conta das remessas dos emigrantes mas agora há que repensar porque muitos já não voltam e porque há mais solicitações, amealha-se menos.Não nos restam muitas saídas. Uma está fora de hipótese: Fazer disto uma reserva de índios foi projecto que caiu por terra. Uns não podem trabalhar pelo dinheiro da jorna, outros não podem pagar sequer essa miséria.
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