07 janeiro 2007

Com tanto choradinho ainda haverá sentimentos genuinos?

Os sentimentos que existem na nossa vida podem ter origem nas nossas vivências, nos nossos saberes, nos nossos gostos e satisfações. São os sentimentos genuínos menos influenciados pelo trânsito social.
Mas há de igual modo os sentimentos que se recebem por contágio, transmitidos por pessoa com a qual nos identificamos, que não fazem parte da nosso vivência mas que influenciam a nossa maneira de ser.
Eventualmente haverão aqueles que não têm existência própria, que são resultado de uma elaboração intelectual a que se junta uma parcela de emotividade e que, depois de transmitidos, se tornam evidências com autonomia própria.
Temos assim que, devido às múltiplas influências próprias de uma vida em sociedade, os nossos sentimentos perdem qualquer pretendida genuinidade e chegamos a ter necessidade, para nos exprimirmos e entendermos, de recorrer a sentimentos que nunca experimentamos.
Por tudo isto, para não sermos enganados, cada vez mais temos a necessidade de recorrer a argumentos mais racionais e lógicos para resolvermos os problemas que a simples análise dos sentimentos não resolve, deixando para a vida social normal o desfilar de sentimentos que dão colorido à nossa existência, mas cujos exageros resultam em espectáculos degradantes.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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O mais perfeito retrato da solidão humana