22 janeiro 2007

A Feira dos Ciganos

(Publicado Revista jornal AltoMinho de 04-09-2006)
http://trigalfa-publicado.blogspot.com/search/label/AltoMinho-Revista
Povo nómada, poucos de nós se lembrarão e não muitos deles talvez, do seu passado ainda recente. Com a sua carroça, puxada a uma azémola ou a um burrito fracote, os cães a trás, os filhos em cima e eles ao lado, se o terreno dos caminhos não eram propícios para irem também em cima.
Mas os tempos mudam e eles, os ciganos, foram aderindo ao sedentarismo, assentando arraiais, ora em barracas, ora em bairros sociais, alguns também já em casa própria.
O seu ofício é o mesmo de sempre, é o ganha-pão dos que nós por cá conhecemos: o comércio. Antes vendiam pelas portas bonitas colchas e roupas vistosas. Hoje alguns já têm lojas mas a maioria ainda anda de feira em feira. A Feira de Ponte é uma das suas preferidas.
Têm um espaço e vendem um pouco de tudo, de preferência, claro, roupa. Logo pela manhã a maioria das mulheres que vêm à feira não deixa de visitar, em primeiro lugar, a Feira dos Ciganos, à procura das últimas novidades.
Aqui por pouco dinheiro se compra muita roupa. Roupa interior, roupa para as crianças, mas também muitas “senhoras” cá se vestem. A Feira dos Ciganos é o supermercado mais fornecido e divertido para comprar aquilo que se usa todos os dias e em casa tem de estar mais à mão.
Aqui tudo é a preço fixo, não se regateia. Há roupa para todas as carteiras e para todas as freguesas. É só escolher. È pró menino e prá menina. Para a senhora bem e menos bem.
A qualidade está à prova e ninguém é enganado. Todos podem pegar nas peças de roupa, virar e revirar para comprovar a valia dos tecidos. E todos vão satisfeitos porque para a feira cá voltarão.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck
O mais perfeito retrato da solidão humana