31 janeiro 2008

A impiedade verbal

O papel da comunicação social já está por demais estudado mas as pessoas estão longe de estarem prevenidas quanto a ele. Nem é necessário ser ingénuo para que as pessoas se deixem levar por movimentos incontrolados. Os próprios jornalistas são as primeiras vítimas, antes de transmitirem aos leitores, ouvintes e telespectadores o veneno fatal.
Os jornalistas procuram ser insidiosos mas não é esse o grande mal. A questão está em não conseguirem, com perguntas breves e respostas curtas, desmontar qualquer problema sério.
As pessoas podem ficar com a ideia de que estão esclarecidas, de que já sabem quais os propósitos mais inconfessados daqueles que não dão aos jornalistas as respostas que elas próprias quereriam, que acham as mais correctas. E condenam-nos impiedosamente.
O que as pessoas não ficam decerto esclarecidas é sobre os propósitos daqueles que se limitam a estar na sombra, fazendo elevar o coro da contestação e transmitindo já condenações sumárias dissimuladas através do burburinho reinante.
Todos os homens bons deveriam orientar toda a impiedade que transportam em si para vergastar verbalmente toda a espécie de crápulas que não ponham à vista todos os seus propósitos e se aproveitam da ignorância alheia.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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O mais perfeito retrato da solidão humana