09 janeiro 2008

Reformas – Os cêntimos da polémica

Desde o governo da Maria de Lourdes Pintassilgo que as reformas são aumentadas a partir de Dezembro. Como ela estava prestes e sair e com a conivência do Presidente da República de então que a tinha nomeado, à revelia de todas as normas democráticas, Pintassilgo entendeu dar essa benesse, que só aparentemente o é.
Mais tarde Cavaco Silva haveria de criar o subsídio de férias para os aposentados, em vez de fazer repercutir o mesmo valor durante o ano. Diz-se que a pessoas gostam de receber assim umas maquias juntas, quando o importante é efectivamente o que se recebe durante os doze meses do ano.
Ora estes acrescentos laterais assim atribuídos não têm a natureza de incrementos efectivos ao valor da pensão. Esgotam-se com o seu pagamento.
Quando o governo acordou com os parceiros sociais no novo esquema de cálculo dos aumentos das pensões, também acordou que eles seriam aplicados a partir de Janeiro e que os retroactivos de Dezembro seriam incorporados na pensão do ano distribuindo-os pelos pagamentos a efectuar, 14, e ficando assim englobados nos valores a pagar nos anos seguintes.
A oposição, mercê de uma imbecilidade quase congénita que ataca estes políticos, saiu à rua, que os reformados estavam a ser roubados, o governo queria beneficiar de uns juros que aquele dinheiro poderia produzir se não fosse pago já. E o governo recuou, estupidamente, porque tinha razão e assim esta gentalha que tem acesso aos meios de comunicação nunca mais aprende. Mas o governo não tem o direito de prejudicar ninguém.
Agora sou eu a dizer que esta oposição, de que o governo se mostra conivente, está-nos a prejudicar e deve ser penalizada por isso. Quem tiver uma pensão de 400 € em 2007 passará a receber 409,6 € em 2008. Recebendo o Dezembro de 2007 e o Subsídio de Natal tem 19.2 € de atrasados a crédito.
Se este valor for pago no próximo mês, ficará com o dinheiro e não mais se fala nisso. Continua no resto do ano a receber 409,6 € e para o ano seguinte receberá uma aumento sobre este valor. Se a opção fosse pagar aquela diferença durante o ano receberia em cada mês mais 1,37 € o que faria 410,97 €, que seria a base para cálculo da pensão dos próximos anos.
Quer dizer que aqueles 1,37 € passariam a fazer parte da sua pensão e recebê-los-ia toda a vida e não só durante um ano e sobre ele acresceriam os aumentos que viessem a ser determinados em anos futuros, aumentos que sendo em percentagem considerarão sempre aquele valor. Se for igual ao deste ano teremos um beneficio de 1,37 € + .03 € =1,4 €.
Como neste caso no caso do subsídio de férias de Cavaco Silva são duas coisas perfeitamente diferentes o acrescentar um valor ou incorporar esse valor na base de cálculo. Infelizmente os nossos políticos são matematicamente uns imbecis e o governo teria aqui uma boa ocasião para brilhar, mandá-los para as novas oportunidades e dar mais um bocado de conhecimentos de matemática a uma população, neste aspecto, quase analfabeta.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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