29 janeiro 2008

O pensamento único e as tristes figuras que não lhe resistem

Democracia de plástico, política espectáculo, pensamento único, novas e velhas terminologias são aplicadas um pouco indistintamente àquilo que se faz com o rigor possível a àquilo que se propõe sem qualquer base razoável de estudo, de bom senso, ou de senso comum.
Manuel Alegre, Mário Soares, Pacheco Pereira andam numa azáfama criadora. As ideias jorram intermitentemente mas sempre com o fim de culpabilizar alguém. Hoje exigem-se culpados para tudo e ainda bem. Mas prescindir de julgar o passado não me parece certo.
Estas figuras que se deixam misturar por necessidade mediática, que tiveram diferentes graus de responsabilidade no passado, sobrevoam os factos de hoje como sejam fruto de seres malévolos e como se eles de uma maneira ou de outra não tivessem neles alguma responsabilidade.
Se fossemos ver a “culpabilidade” só em função da participação em governos então Mário Soares estava perdido e Manuel Alegre ilibado. Segundo diz esta figura majestosa na sua biografia “participa esporadicamente no I Governo Constitucional de Mário Soares”. Não fala da triste figura que fez.
Todos os factos de hoje estão condicionados pelos factos velhos, que não são trapos que se deitem fora para que se perceba o presente só como estes senhores querem. Se não tiveram intervenção suficiente no passado para evitar que as coisas seguissem por maus caminhos, não é com intervenções extemporâneas que o vão justificar agora.
O estatuto de respeitáveis velhotes começa a pesar-lhes demasiado. Nem eles resistem à necessidade mediática, o único “pensamento único” que conheço e que os faz falar a uma só voz.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

Arquivo do blogue

Acerca de mim

A minha foto
Ponte de Lima, Alto Minho, Portugal
múltiplas intervenções no espaço cívico

"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck
O mais perfeito retrato da solidão humana