23 janeiro 2008

L.F.M., a obsessão do controle dos comentadores

L.F.M. lançou a ideia de que a SIC Notícias deveria contratar mais dois políticos para alargar o leque de opiniões na Quadratura do Círculo. Parece que já se vê a Primeiro-Ministro, não olhando a custos, a distribuir lugares por quem lhe aprouver.
Na opinião de agora deste homem sui-generis, que a toda a hora nos surpreende pelo seu posicionamento saltitante, nenhum debate deveria ser feito entre gente competente, com o distanciamento suficiente e a moderação bastante para o não tornar uma luta de galos. Acima de tudo entre pessoas escolhidas por quem tem o direito de o fazer.
Quando ainda está longe de ter algum poder neste País já lança ideias próprias de quem alguma vez venha a deter o poder todo. Um bom debate para L.F.M. parece ser entre três cães acirrados que defendessem as posições oficiais dos partidos, PS e mais dois à direita, mais dois outsiders que constituíssem a oposição interna, educada e respeitadora do P.S. e do P.S.D.
Chega-se facilmente à constatação que este homem está cheio de esquemas mentais e a sua hiperactividade deve-se a querer impingi-los depressa ao País. Só que a realidade é mais fugidia do que tais esquemas mentais que tem andado a arquitectar.
Aliás estes esquemas pressupõem a depuração progressiva, a fidelização, o alargamento do poder pessoal, porque este homem vê-se já no centro do mundo. Não segue a lógica do estudo, do contributo, de audição de opiniões, mas sim da conquista de aderentes a todo o custo.
Todos os painéis em que decorrem os debates televisivos podem ser contestados por serem curtos ou largos. L.F.M. quer padronizar em termos de pessoas, e quanto a ideias é obvio que aceitará quaisquer enquanto ele próprio se sentir hesitante. Mas à medida que for apurando as suas ideias, não lhe falta vontade de as impor como norma. É um perigoso aprendiz de feiticeiro.
Mesmo no P.S.D. ninguém de bom senso suportará uma pessoa assim, à procura de uma identidade que irá buscar, como mais provável, a uma França tão distante de nós e que se entende como o centro deste pequeno mundo. Para nossa desgraça haverá sempre aqueles que concordarão com o seu discurso obsessivo sobre o poder.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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