Os tempos em que era possível ter uma morte serena, em que as pessoas podiam assistir aos últimos momentos dos seus familiares mais próximos quase em conversa coloquial e o candidato à morte ainda pedia para todos se afastarem que queria dizer umas últimas palavras a quem durante toda a vida tinha sido mais importante para si, já lá vão.
Havia uma despedida, uma testemunha privilegiada que, com naturalidade comunicava aos outros o desenlace fatal que nos afastava de qualquer ligação a esta realidade vivida. Não sei em que percentagem as coisas assim aconteciam, mas presumo que também já não seria bem assim. O normal será chegarmos à hora da morte exaustos e sem tempo para estes preciosismos. A morte será quase sempre brutal, seja imediata ou não.
A agonia da morte sempre existiu, sempre foi um processo doloroso que nos apanha de surpresa, num momento inesperado mas a que nos juntamos a assistir. Este envio das pessoas moribundas para os corredores da morte dos hospitais é a coisa mais desumana mas ninguém assume hoje o facto de ter uma pessoa de idade em casa em agonia. Há sempre alguma esperança e não somos as pessoas indicadas para dizer se o processo já é irreversível.
Havia uma despedida, uma testemunha privilegiada que, com naturalidade comunicava aos outros o desenlace fatal que nos afastava de qualquer ligação a esta realidade vivida. Não sei em que percentagem as coisas assim aconteciam, mas presumo que também já não seria bem assim. O normal será chegarmos à hora da morte exaustos e sem tempo para estes preciosismos. A morte será quase sempre brutal, seja imediata ou não.
A agonia da morte sempre existiu, sempre foi um processo doloroso que nos apanha de surpresa, num momento inesperado mas a que nos juntamos a assistir. Este envio das pessoas moribundas para os corredores da morte dos hospitais é a coisa mais desumana mas ninguém assume hoje o facto de ter uma pessoa de idade em casa em agonia. Há sempre alguma esperança e não somos as pessoas indicadas para dizer se o processo já é irreversível.
Assim aquela morte edílica não se realiza em casa e muito menos nos corredores da morte dos hospitais. Morremos sempre abandonados num ambiente desolador, sendo tão só um número numa fila de condenados a sofrer. Têm que haver uma alternativa para este triste espectáculo, um tratamento específico para estes casos, uma nova dignidade para a morte.
Sem comentários:
Enviar um comentário