17 fevereiro 2007

Que políticos “andam por aí”

Que é isto de ser político? Acho que a melhor definição nos foi dada por Santana Lopes que se auto identificou como “aquele que anda por aí”. É verdade que para “andar por aí” já é necessário ter algum estatuto, que se tenha alcançado alguma posição com certa relevância no aparelho de Estado, que à maioria dos presidentes de junta ninguém vai chamar de políticos.
Mas como nisto de presunção cada qual toma a que quer, também existem muitas pessoas que se acham com capacidade para exercer funções de mando e se sentem e agem como se ocupassem essas posições relevantes, tal se julgam como alternativas a quem lá está e “andam por aí”.
Depois há um outro conjunto de políticos cuja importância varia de País para País e que cá em Portugal proliferam como cogumelos depois das chuvas de Novembro. São os EX, aqueles que foram relegados para fora da posição, mas que passam a sofrer do complexo do cadeirão, no qual se julgam permanentemente sentados e “andam por aí”.
Os Ex mantêm a postura, o trato, a circunstância de quem exerce o poder e já não é capaz de se ver na sua singularidade. Se não houvesse excepções como o Fernando Nogueira (candidato à sucessão armadilhada de Cavaco Silva) acharíamos e aceitaríamos tal situação com tal naturalidade que os dispensaríamos de conquistar a pulso qualquer nova posição, chegaria que “andem por aí”.
É isto que infelizmente acontece, o que faz que o nosso panorama político esteja permanentemente ocupado por múmias tipo “Marques Mendes” cujo valor intelectual nos dispensamos de qualificar mas que um dia chegaram a ministros porque “andam por aí”.
Nesta qualificação de políticos está-se a ver que podem entrar todos aqueles que “andam por aí”. De preferência com um cartão do partido.

4 comentários:

O talassa disse...

E o senhor Montenegro? Também anda por aí?

trigalfa disse...

Está mesmo a ver-se que este talassa também anda por aí. Ou sofre do complexo do cadeirão, que manias monárquicas tem até no nome, ou é um frustado que se preocupa com o sucesso dos outros fora da política. Este blog não se vai deixar enredar por este tipo de afirmações gratuitas e provocatórias.

O talassa disse...

como monárquico há muito tempo que não ando por aí. Frustração sinto quando vejo políticos como o seu protegido que tudo prometeram para tudo abandonarem com a maior das facilidades quando de Lisboa lhe acenaram com um ossito nas áfricas...

trigalfa disse...

Neste País nem o Estado se preocupa com a formação dos seus quadros dirigentes nem os Partidos com os quadros partidários. A função de vereador da oposição é secundarizada ao máximo. Interessa ter ideias claras sobre o melhor para o concelho e essas passam-se na campanha. Depois é importante obter a informação, a formação e os rendimentos que nesse lugar ninguém fornece. O meu "protegido" além de estar no direito de exercer uma profissão, um cargo, um modo de vida honesto, até acho que estará em simultãneo a obter formação que lhe será benéfica no futuro. Mas eu não tenho qualquer procuração e porem-me a mim essas questões acho que é uma provocação baixa. Se não anda por aí mas se sente frustado ponha os seus problemas a quem de direito.

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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