04 fevereiro 2007

O Reino do “Faz de Conta” - Episódio 13

Nestas andanças no mar tememos ter alguns enjoos. De País de navegantes, que fomos, depois de termos sido pastores, tornamo-nos num País de lavradores, que dos descobrimentos só aproveitamos a batata, o milho de maçaroca, a cana do açúcar e escravos para os senhores.
Em vez de progredirmos andamos cerca de dois milénios para trás, com a excelente ajuda da Inquisição. Depois de um curto período de euforia, caímos em todo o tipo de desgraças que nos foram acontecendo por esse mundo fora, até à perda da independência e a catástrofe da Armada Invencível.
Se na Escola Primária não tivesse ouvido falar dum tal Henrique, o Navegador e duns meus “colegas” da Escola de Sagres e não sabia nada do único feito no passado que nos dá algum brilho.
Organização, esforço, risco parece não serem connosco. Mas efectivamente foram os factores que contribuíram para sairmos do esquecimento a que estaríamos irremediavelmente votados. Mas tudo de pouca dura.
Nada foi improviso e, no entanto, não estudamos devidamente os nossos sucessos, que talvez ainda pudessem ser um exemplo. Se víssemos bem aquilo que correu mal saberíamos tomar hoje ensinamentos, que não fosse à letra, também temos de juntar algo aprendido lá fora.
Entretanto vamo-nos ocupando com os nossos jardins que isto é muito bonito, mas quando se já fazem jardins de sucata já nem flores temos para dar a quem gostamos.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck
O mais perfeito retrato da solidão humana