03 fevereiro 2007

O Reino do “Faz de Conta” - Episódio 12

Um povo de marinheiros, um povo de emigrantes, um povo disto e daquilo, já fomos um pouco de tudo, para tudo estamos preparados, um povo que é um pau para toda a obra, mas a sério já não sabemos o que somos.
Há quem nos queira deitar ao mar, que seria esse o nosso destino. Achamos que é o que querem dizer com isso, de nos virarmos para o mar, não sabemos ao certo. Mas parece-nos fácil de mais!
O nosso destino ser o mar. Tudo ali à mão. Que falhamos quando nos viramos ao contrário, dizem. Que no mar tudo se apanha sem esforço, que nós já por lá andamos. O mar é nosso, o mar salgado e etc. e tal (Desculpa-nos Pessoa, não se diz mais que queremos conhecer o que eles sabem).
Não teríamos falhado sempre? Experimentamos, arriscamos, sofremos, aprendemos e de que serviu? Vieram uns corsários e roubaram-nos tudo. Nós afinal só éramos os seus pontas de lança.
Assim que descobriram quanto era bom nós existirmos não quiseram outra coisa, sabem do que falo. O quê? Não sabem? Então queriam que lhes déssemos o 12º. ano? Não me digam!
Já não servia o 9º, o 6º ou o 4º ano, Ah! Malandros! Colocai-vos debaixo da capa do povo, deste povo grandioso e bom e dai-vos à calaceira! Seus marotos. Ide mas é estudar, aprendei alguma coisa, senão não há Armadas Invencíveis que vos safem! Virai-vos ao mar e enfrentai as ondas alterosas!
Já não são precisos “funcionários públicos” e para o comércio e a jardinagem não há mais lugar. Os Espanhóis já só precisam de pedreiros para as suas novas catedrais. Preparai-vos para fazer frente às tempestades, desbravar o mar, que os bons ventos para navegar à bolina não estão assim perto da costa e é preciso esforço, bravura e sorte para lá chegar… E um bom timoneiro.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

Arquivo do blogue

Acerca de mim

A minha foto
Ponte de Lima, Alto Minho, Portugal
múltiplas intervenções no espaço cívico

"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck
O mais perfeito retrato da solidão humana