25 fevereiro 2007

O papel da emotividade na clarividência popular

O João Carlos (Ver endereço no final) andou a reflectir, que não só no fim-de-semana, e fez muito bem. Mas como me parece não ter reflectido o suficiente deixo mais alguns esclarecimentos, algumas sugestões e alguns pontos de discórdia.
Aos partidos e ao País convém que não haja aproximação e convivência de ideias a não ser em relação a princípios fundamentais. Estes devem garantir a indispensável estabilidade do edifício estatal, o que parece assegurado, que a C.E. dá uma ajuda. Mas não devem promover o “centrão”, fonte de maiores prejuízos que benefícios.
Evito falar de povo, noção de contornos bastante imprecisos e volúveis, que para mim corresponde a várias realidades, desde o povo falante, o povo sensato, o povo subserviente e por aí adiante, mas que se nos impõe por ser incontornável.
Quanto à sua clarividência sabemos que ela pode ser determinada pelo calculismo, pela premunição, pela sabedoria e não sendo nada que nos possa limitar na nossa liberdade é algo que se tem que ter sempre em consideração.
Um povo pode ter momentos de mais ou menos clarividência mas é por isso que há campanhas eleitorais, períodos de reflexão e essas minudências regulamentares que ajudam a dar substância à democracia. Quem perde diz sempre que o tempo não chegou e até que o povo é ignorante.
Mas a clarividência pode não ser suficiente para dar uma orientação de voto. Nas pessoas que se abstiveram também se pode manifestar essa clarividência, maugrado estarem emocionalmente confusas e mais disponíveis para delegar nos políticos a sua orientação de voto.
Quanto à hipocrisia a história ensina-nos que a civilização é sua inimiga, em toda e qualquer uma das suas várias cambiantes. Uma delas é estar emocionalmente preparado para ter uma opinião e não estar preparado para voluntariamente a manifestar e defender, por não se sentir integrado no mesmo projecto civilizacional.
Esta justificação para o desvio de trinta por cento de votos de Ponte de Lima em relação aos concelhos mais parecidos e de cinquenta por cento em relação ao Distrito leva-nos ao centrismo limiano, que, por estar “calado”, não deixa de ter zelosos defensores, que promovem a ruralidade e a subserviência.Por outro lado o “centrão” tem pouca influência na sociedade civil, deixou-se manietar neste últimos quinze anos. Em termos de influência da Igreja Católica esta passa manifestamente ao lado da questão. Ver reflexão de fim de semana http://pontedelima.blogspot.com/2007_02_01_archive.html

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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O mais perfeito retrato da solidão humana