06 fevereiro 2007

Não é para ter medo, é para ter espanto!

O Director de Produção Hidráulica da E.D.P. falou da necessidade de aumentar a produção de energia proveniente das barragens, pelo melhor aproveitamento dalgumas barragens existentes, pela construção de outras e pelo reaproveitamento da água através de bombagem quando a energia eólica tiver picos de produção desaproveitada.
Ainda não está em tempo de reavaliar o Côa, o Sabor sofre os seus percalços, as eólicas, essas vão de vento em popa. Tudo o que poder ser feito contra o efeito de estufa é bem feito, produzindo energias não fósseis, e as barragens tem mais influências, contribuindo por exemplo para a regularização dos caudais dos rios.
Segundo este Director da E.D.P. “Se não existisse a Central de Lindoso as povoações de Ponte da Barca e Ponte de Lima já teriam desaparecido”. Que exagerado! Mas era bom que analisemos os dados que constam da resolução do Conselho de Ministros nº. 27/2004 de 08-03-2004:
A barragem do Lindoso a uma cota 338 ocupa 1072 ha (dez km2) e armazena 390 hm3 (390.000.000 m3)
A barragem de Touvedo a uma cota 50 ocupa 172 ha (1,7 km2) e armazena 15,5 hm3 (15.500.000 m3)
Já se sabe que a barragem de Lindoso tem sido colocada em sobreprodução, talvez à espera de mais chuvas, e a barragem de Touvedo tem sido obrigada a debitar mais água do que aquela que consegue turbinar. Um desperdício, um jogar pelo seguro ou uma inevitabilidade.
Mesmo assim esse débito tem sido colocado dentro de limites aceitáveis para Ponte de Lima. Foram precisas duas más experiências para que as coisas tenham entrado nos eixos. Afinal aprendemos que quase toda a água das cheias vem de Espanha. Esperemos que todas as experiências já tenham sido feitas.Mas já viram que, se estiver em pleno enchimento, a barragem de Lindoso tem quase oitenta pipas de água para cada português. È uma riqueza que podíamos ter no Douro, por via dos seus afluentes, e desperdiçamos, inundando a Régua e a Ribeira do Porto, desnecessariamente.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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