09 fevereiro 2007

O que está em causa no referendo sobre a I. (V.) G.

(Publicado no jornal Cardeal Saraiva de 09-02-2007)
O referendo sobre a Interrupção (Voluntária) da Gravidez vai ter implicações para além do tema em si. Definitivamente, ou:
Se vai institucionalizar esta forma de um exercício profícuo da democracia, caso o resultado for vinculativo, isto é, votando a maioria dos eleitores, sinal de que estão conscientes da sua cidadania.
Ou não votando essa maioria e por ser a terceira vez em que ela se não atinge, o referendo ficará para sempre desacreditado, nos termos em que a Lei o define, as pessoas não vão mais acreditar nele, isto é, nos outros, enquanto pessoas dispostas a dar credibilidade a este processo democrático.
Porém o resultado terá as suas implicações próprias sobre um tema que urge clarificar e que, pela sua importância, só por si condicionará o comportamento das pessoas que são chamadas a votar.
Se muita gente, inclinada a votar num sentido ou noutro, se sente inibida para votar sobre um tema que sabe ter mais implicações morais do que acredite vá alterar alguma coisa em termos de prática, é necessário chamar a atenção que as implicações a nível social que só por si são suficientes para que nos sintamos impulsionados a intervir e a votar.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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