10 fevereiro 2008

2 - Que política para Ponte de Lima?

Não vale a pena estarmos a discutir esta questão de sermos ou não a autarquia mais atrasada do País. Não valeria se a considerássemos uma questão de fé. Mas também não vale porque objectivamente o é. E não cairá os pergaminhos a ninguém por aceitar que assim é.
O nosso atraso é efectivo se tivermos em conta que a nossa situação geográfica é extremamente favorável, que temos mão-de-obra bastante, temos um coberto vegetal capaz de assimilar, disfarçar os efeitos negativos de algumas indústrias menos convenientes da área química.
O nosso atraso é efectivo se tivermos em conta os índices de aproveitamento escolar, a média da escolaridade dos nossos habitantes, a pouca preparação técnica do nosso tecido laboral, a insipiência, para não dizer idiotice, ingenuidade e a vulgaridade, mas a que não falta a vaidade, a arrogância e a sobranceria do nosso tecido empresarial.
O nosso atraso é efectivo porque grande parte de nós continua a ter de se deslocar para fora do concelho para angariar rendimentos para poder fazer uma vida com certa normalidade.
O nosso atraso é efectivo porque nos não podemos comparar com nenhum concelho que esteja pior que nós. As nossas condições, a nossa dimensão, a nossa localização, as nossas comunicações são incomensuravelmente melhores que todos aqueles com que nos queiram comparar.
O nosso atraso é efectivo e só o devemos a quem tem andado todos estes anos a vangloriar-se de um passado que inexoravelmente está condenado.
segue)

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck
O mais perfeito retrato da solidão humana