Em Ponte de Lima, só pelo facto de alguém ser de Ponte de Lima, está desde logo desvalorizado. Nós desdenhamos de nós próprios, desprezamo-nos mesmo e essa já é a imagem que passa lá para fora. Até há uns anos eram só os Vianenses que a tinham, mas isso passava por ser uma simples rivalidade regional sem qualquer valor.
Há uns dois anos lançaram uma telenovela de nome Sete Vidas em que uma das personagens principais era uma descabelada caída em Lisboa e vinda de Ponte de Lima. Tinha todas as características de quem não vai além da mais iníqua vulgaridade. Também Ponte de Lima é apreciado como sítio bonito mas onde a própria natureza, pela sua exuberância, não favorece os autóctones.
Podemos dizer que imagens são imagens e cada qual que tenha a imagem que quer ter. Mas isto se visto em termos económicos demonstra que o preço que estão dispostos a pagar por nós está deveras depreciado. Viana do Castelo pagava-nos para sermos empregados de lavoura e empregadas domésticas. Lisboa paga-nos para sermos jardineiros, a reserva ecológica do País. Dá-nos relativo sossego mas fraco pagamento.
Não podemos exigir no todo nacional mais do que os prejuízos e os benefícios do desenvolvimento económico sejam distribuídos equitativamente. Se quem tem os benefícios não está disposto a pagar eventuais prejuízos de outros e pelo contrário ainda reclama mais avanços para compensar os próprios aspectos negativos que sofre, como sairemos nós desta marginalidade a que nos condenaram?
Era bom mas não poderemos querer só jardins e ter rendimentos de trabalhadores de indústrias complicadas ou de actividades que exigem a junção de muitas pessoas. Quem quiser progresso terá que se dispor a sofrer cada vez mais os seus impactos negativos.
Há uns dois anos lançaram uma telenovela de nome Sete Vidas em que uma das personagens principais era uma descabelada caída em Lisboa e vinda de Ponte de Lima. Tinha todas as características de quem não vai além da mais iníqua vulgaridade. Também Ponte de Lima é apreciado como sítio bonito mas onde a própria natureza, pela sua exuberância, não favorece os autóctones.
Podemos dizer que imagens são imagens e cada qual que tenha a imagem que quer ter. Mas isto se visto em termos económicos demonstra que o preço que estão dispostos a pagar por nós está deveras depreciado. Viana do Castelo pagava-nos para sermos empregados de lavoura e empregadas domésticas. Lisboa paga-nos para sermos jardineiros, a reserva ecológica do País. Dá-nos relativo sossego mas fraco pagamento.
Não podemos exigir no todo nacional mais do que os prejuízos e os benefícios do desenvolvimento económico sejam distribuídos equitativamente. Se quem tem os benefícios não está disposto a pagar eventuais prejuízos de outros e pelo contrário ainda reclama mais avanços para compensar os próprios aspectos negativos que sofre, como sairemos nós desta marginalidade a que nos condenaram?
Era bom mas não poderemos querer só jardins e ter rendimentos de trabalhadores de indústrias complicadas ou de actividades que exigem a junção de muitas pessoas. Quem quiser progresso terá que se dispor a sofrer cada vez mais os seus impactos negativos.
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