22 fevereiro 2008

13 - Que política para Ponte de Lima?

Ponte de Lima com os seus 45.000 +- habitantes, mesmo que com uma grande dispersão populacional, também com uma unidade geográfica acentuada pela confluência e marcada pelas serranias à sua volta, não tem porém uma massa crítica que lhe permita assumir um papel relevante em qualquer domínio de actividade económica, nem sequer tem uma opinião pública consistente.
Daniel Campelo herdou um concelho, uma população resignada, talvez mesmo temerosa de um futuro que nem mesmo a maioria dos seus emigrantes perscrutaram lá fora. As actividades dos emigrantes raramente se dirigiram à avançada indústria, aos especializados serviços. Poucos terão regressado para trabalhar e os que o fizeram dedicaram-se de preferência ao comércio.
A população limiana tem que optar por correr os riscos de se integrar de pleno na economia de mercado e tentar elevar o valor da mais valia que a sua intervenção possa constituir ou resignar-se de vez a ter que emigrar permanentemente, trabalhar sem preparação por baixos salários, continuar a praticar actividades complementares, como a agricultura.
Daniel Campelo aposta nesta última opção até porque é a única hipótese de manter uma paisagem de certo modo equilibrada, único aspecto que lhe interessa para as imagens televisivas e dos homens grandes que por cá vão passando. Porque é evidente que ele continua a tratar-nos por homens pequenos, o que diga-se, não sei se será legítimo.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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O mais perfeito retrato da solidão humana