24 abril 2008

Santana Lopes será capaz de dizer o que quer?

Ele bem disse que ia andar por aí e cumpriu. Foi fazendo umas tentativas para se fazer à pista, até que sempre conseguiu a aterragem desejada. Santana Lopes não nos vai largar. Há-de ser velhinho, talvez caquéctico e de bengala e ainda o vamos ter que aturar.
Esta figuras que a sociedade cria têm estas virtudes. Elas são genuínas, dão a cara a características que a sociedade aprecia, de que a comunicação social gosta. Se a criatura se vira contra o criador está o caldo entornado, mas Santana Lopes não cai nesse erro, sabe dosear os seus ímpetos, moderar as ambições, gerir as benesses possíveis que o poder lhe dá.
Como espelho da sociedade Santana Lopes tem a pior das qualidades que um político pode ter: tem muitos amigos, sem que se lhe conheça um verdadeiro. E tem inimigos de estimação que lhe vão fazer sempre a vida cara, que ele, com aquela cara nasceu também para sofrer. O cariz viçoso que transporta dá origem a muita inveja. Tanto sorriso inquieta os agnósticos.
Não sei se ele tem esperança de ganhar esta disputa fratricida por uma liderança que nunca foi tão temporária. Ele conformar-se-á com a marcação da sua posição e uma votação significativa, para se posicionar como alternativa, como reserva sempre pronta a avançar. Mas se ganhar dificilmente este partido ficará como está. Entregue de vez ao populismo, será impossível a alguém sério vir a reconquistar a sua liderança.
Santana Lopes é já quase o único que se apresenta como o legítimo herdeiro de Sá Carneiro. Na confusão que é o PSD, são cada vez mais as vozes que clamam por uma clarificação doutrinária. Também a tradição que ele quer representar precisaria de uma actualização e modernização. Será Santana Lopes capaz de dizer o que quer?

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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