15 abril 2008

Menos irascibilidade precisa-se!

João Jardim está a tornar-se de todo irascível. Quando há uns tempos se virava apenas para o continente, insultando-o e acusando-o de todos os males, agora já não tolera muitos daqueles que diz defender. Se paternalmente lhes chamava até aqui ingratos agora chama-lhes loucos.
João Jardim de modo algum aceita que lhe não agradeçam o simples facto de existir. É natural que, quanto mais próximo estiver do seu fim físico se sinta com cada vez maior necessidade de exaltação da sua imagem. Este tipo de pessoas sofre até à urna pela falta de um clone.
Com a oposição mais activa nas suas ilhas, João Jardim tem dificuldade de se abstrair do ruído de fundo, da contestação que atrás de si se desenvolve. Habituado a ocupar todo o palco mediático, deslumbrado com a sua própria obra, maravilhado com a sua possibilidade de dizer tudo, hipnotizado pelo poder que absolutizou, as palavras saem-lhe fluentes com a certeza da impunidade que a sua caricata figura suscita.
Só a seriedade das posições do Primeiro-Ministro e do Presidente da República, e os protestos de quem não é louco como ele, podem ajudar a melhorar este estado de coisas. Pode ser que João Jardim, que está hoje mais perto do burlão do que do palhaço sério, olhe um dia para o espelho e opte por inverter a sua marcha descendente para a degradação.
A comunicação social pode ajudar muito neste aspecto porque por ela passa o que a sociedade coloca na distinção entre o burlesco e a javardice. A comunicação social deveria fazer a clara demarcação entre o que é o riso saudável, comunicativo, que até deve ser incentivado e o riso mórbido, negro, que muitas vezes aceitamos, mesmo a contra-gosto, porque nos não é dirigido, mas que deve ser sempre repudiado.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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O mais perfeito retrato da solidão humana