25 abril 2008

O 25 de Abril, vergonha ou vaidade?

As divergências sobre o 25 de Abril estão mais esvanecidas, mas nem por isso esquecidas. Aliás a atitude tomada nessa ocasião ainda hoje condiciona pessoas e partidos políticos. Atribuem-se culpas pelo mal causado aos muitos que se opuseram às atitudes aventureiros de uns poucos, como aos poucos que tentaram ser vanguarda dos muitos.
Normalmente nem se fala em bem, ou fala-se de rompante. Se alguém diz bem, aparece logo um desmancha-prazeres dito de esquerda, às vezes algum bandalho qualquer que não viveu o negrume do fascismo ou nessa altura se conformou a dizer que bem não, poderia ter sido, mas aí uns contra-revolucionários estragaram tudo, isto com uns insultos à mistura.
Ou então é um retornado, ou coisa parecida, que atalha logo a dizer o crime que foi cometido, quanta terra ficou do lado de lá do mar, quanto sacrifício se terá perdido, quantas pessoas foram maltratadas sem razão. Mesmo os partidos da direita vão buscar ao passado do pós 25 de Abril razões para justificar medidas gravosas que querem hoje tomar.
Quando se falam em pessoas que quiseram ter uma intervenção que excedia a sua dimensão e a dimensão económica, social e cultural do meio e de outras que se dizem terem sido ignoradas e colocadas à margem, daquelas pessoas cujos actos foram feitos com um propósito, mas que os condicionalismos tornaram relevantes, ninguém se entende sobre a sua importância relativa.
Por tudo isso é bom viver o 25 de Abril, recatadamente, sem grandes alaridos e sem tentativas de aproveitamento. Mas não há dúvida que os jovens precisam de entender o presente e para isso é necessário conhecer o passado.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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O mais perfeito retrato da solidão humana