06 março 2008

Tudo por respeito e por gosto

Os professores que se têm integrado nestas últimas manifestações espontâneas/programadas dizem-se vítimas de uma falta de respeito pelo seu papel social. Na realidade o valor desse papel deve ser avaliado sob vários ângulos e tem que ser admitido até um papel negativo, que a escola seja hoje um factor de excessiva diferenciação social e até de exclusão.
O papel social do professor em abstracto é relevante mas está hoje longe de corresponder ao investimento que é feito no ensino, seja por via do Estado ou do orçamento familiar. É perfeitamente legítimo que o Estado assim como os particulares reavaliem esse gasto e os professores portugueses têm que se convencer que isso não é para agora apenas, mas terá que ser permanente e para sempre.
Os professores não gostam que não gostem deles como se fosse obrigatório gostar. Os professores têm conseguido manter bem longe da escola essa possibilidade de serem contestados, essa avaliação de qual afinal a valia do seu trabalho. E tomavam tudo isso por respeito e por gosto. Tantos anos a viver numa redoma, num mundo fechado levou-os a serem melindrosos e quando não preguiçosos.
A falsidade tem que ser afastada da escola. Uma falsidade que é verdade não está a ser posta em causa pelo laxismo que é recomendado na avaliação dos alunos. Mas isto é a um outro nível, que terá também que ser alterado por outras vias. A falsidade que se vive na escola a nível de responsabilidade ainda está por ser posta a nú.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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O mais perfeito retrato da solidão humana