21 março 2008

Mais respeito precisa-se!

As manifestações de falta de respeito nas escolas são comuns e têm razões variáveis. Muitas pessoas de gerações anteriores costumam mostrar alguma compreensão para estes actos já que o que funcionava em muitas situações no sentido de garantir o respeito era o medo.
Por isso se encontram pais a dar razão aos filhos em situações em que eles vêem arbítrio da parte da autoridade. Para que isto aconteça é necessário que os filhos sejam educados no sentido de dominar os seus caprichos, de não se deixarem arrastar por um egoísmo cego. Esses pais dão sempre razão aos filhos porque são incapazes de ver para além da sua própria experiência.
A situação como a reportada num vídeo que corre por aí não é a cultura de rua a invadir a escola, antes pelo contrário, é a cultura de salão a invadir a educação. Aquela rapariga imaginava-se na sua casa, no seu quarto, na sua sala, onde é senhora de tudo e vive um mundo particular de contactos e gostos.
Esta situação, sendo a replicação na escola do que se passa ou já terá passado incólume em casa, tem que ser tratada em primeiro lugar no contexto familiar para que possa ser compreensível e tratada no contexto escolar. Se não houver reporte nas soluções de um lado para o outro a questão fica coxa e dá origem a uma mentalidade distorcida da parte do aluno.
A cultura de salão é hoje um mal tão grave e mais vasto que a cultura de rua e tem que ser tratada também a nível global. Outrora havia uma cultura que se afirmava pela sofisticação, pelo culto do sentimento de posse, de superioridade, de “finesse”. Essas pessoas procuravam beneficiar de normas de comportamento social próprias.
Hoje a fantasia permite que se criem domínios em que a imaginação sobreleva à inteligência prática, à necessidade de respeito, mais do que de pessoas, de normas de comportamento social que já não assentam no medo mas se destinam a todos e a que todos devem obediência.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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