28 março 2007

Uma entrevista defensiva de Daniel Campelo

Daniel Campelo em entrevista ao AltoMinho apontou algumas razões para a sua forma de ver as coisas que não mudando nada de essencial revelam alguns cambiantes, pelo que responde e pelo que omite.
A base do seu poder é a mesma, é pessoal, e pode ser exemplificada com a sua frase “Consigo de manhã arquitectar uma ideia, à tarde estar a trabalhar nela e no dia seguinte construí-la.” Aceita-se como revelador de dedicação ao seu trabalho, mas repudia-se como método.
Quantas ideias nós temos, que tal depende da criatividade de cada um, a que atribuímos desmesurado valor e que após uma período de mais ponderação, do acalmar dos ânimos, do deixar pousar a poeira, verificamos serem desajustadas, megalómanas ou minimalistas ou mesmo simplesmente não apropriadas.
Mas cada um é livre de se convencer de que tem sempre boas ideias e nas alturas próprias. Aliás nós não precisamos de tantas ideias assim. Nós precisamos de uma ideia para Ponte de Lima, uma ideia que sirva quem cá vive e quer viver e na qual se consubstancie o essencial da nossa identidade.
Os verdadeiros criadores terão depois hipótese de no seu canto darem azo à sua criatividade. Não sou contra a inclusão dos jardins, antes pelo contrário, nessa ideia de Ponte de Lima. Só não aceito que se diga “Se a questão for de espaços verdes, é melhores serem concentrados”, tipo “mancha verde”
Não penso que se deva cimentar e alcatroar tudo e deixar uma faixa junto ao Rio. A quantidade de verde não é o problema mas a sua localização, a estruturação do espaço urbano. “Temos a veiga da Correlhã, de Crasto e o Festival de Jardins, entre outros.”, disse Daniel Campelo.
Tratam-se de arrabaldes e sabemos como eles são no geral, terrenos de pousio para progressão do cimento e do alcatrão. A veiga de Crasto vai sendo cimentada, agora para a Feira do Gado, logo para a Feira do Cavalo, não se vê a lógica, a beleza, o enquadramento. Perdeu-se a naturalidade secular, ganhou-se algo efémero, anacrónico, sem futuro.
Daniel Campelo diz que já perguntou aos da oposição qual era a terra que poderia servir de modelo. Já sabemos que a grande maioria são maus modelos, o que havia era que escolher o modelo base, não necessariamente utilizado algures, que se coadunasse melhor com o caso de uma vila ribeirinha, que tem de aproveitar essa mais valia para se valorizar.
Se Ponte de Lima quer ser Cidade do Lazer não pode ter só jardins e ecovias para passear e sarrabulho para desfazer. Sabendo as ideias fixas que pairam na cabeça de Daniel Campelo, a oposição tem que se limitar a sugerir remendos e para o que ganha já faz muito. A situação tem cinco pessoas, políticos, ao serviço e mais os técnicos que constituem o seu pessoal de apoio.
Além de mais o sector político a que o Presidente da Câmara pertence só é responsável pelos solares, porque os herdou, de resto nunca construiu nada de sólido em Ponte de Lima. O pouco que há deve-se à arraia-miúda, de quem sobe a pulso e muita da qual, se anda encostada ao poder, é porque é poder.
Depois Daniel Camelo revela a sua principal característica, como político: Diz umas verdades daquelas que todo a gente concorda e depois intercala-as com afirmações não confirmadas, mais umas pias mentiras, daquelas que os espíritos mais fracos aceitam com certa facilidade. Faremos a análise.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

Arquivo do blogue

Acerca de mim

A minha foto
Ponte de Lima, Alto Minho, Portugal
múltiplas intervenções no espaço cívico

"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck
O mais perfeito retrato da solidão humana