Nesta Terra, Ponte de Lima, de escassos “Doutores”, durante tantos anos sem ensino a partir da 4ª. Classe e durante muitos mais sem ensino a partir do actual 9º. Ano, ser “Doutor” é um posto, como que um título nobiliárquico.
Nos inícios dos anos 50 um colégio existente nesta Vila entendeu fazer segregação sexual, que as freiras ficavam demasiado perturbadas com os alunos machos e as meninas de fora pagavam bem melhor. As meninas de cá sofriam outro tipo de segregação e não estudavam em grande número.
Só quase uma década depois um fugaz Presidente da Câmara de Ponte de Lima criou o Externato Cardeal Saraiva, e de novo houve um ensino para os rapazes. Foram muito raros os que até aí estudaram no Liceu de Viana do Castelo e desde então, até à chegada do ensino estatal também não foram em número significativo.
Quando fiz o 5.º ano do Liceu em 1965 concluíram-no 4 alunos, e alunas de cá poucas mais seriam. Era uma licenciatura de hoje.
As coisas melhoraram um pouco com a Escola Técnica, mas quanto à continuação no ensino superior os números mantiveram-se muito baixos. A instalação mais tarde, inícios de 90, de uma Extensão da Universidade Fernando Pessoa veio permitir alguns ingressos.
Isto não é a história, no sentido rigoroso do termo, não pretende ser, mas já podemos concluir daqui as causas da nossa ruralidade. Eu sei, pela minha experiência, quanto pesa não ter um Dr., quanta mesquinhez, quanta estupidez se instala subtilmente difundida pelos Senhores Professores Doutores.
Os nossos, os da mesma igualha, como cá se dizia, são os primeiros a puxar para baixo os seus “companheiros” quando os mais atrevidos destes ousam por em causa a “sabedoria” dos encanudados.
Inventam-se qualidades raras que só seriam adquiridas por atribuição directa doutros ditos mais “sábios”. Transportou-se para o ensino civil a lógica do ensino religioso. Não se cortou o cordão umbilical que nos liga ao farisaísmo. Infelizmente associa-se doutor a fariseu.
Depois compartimentou-se exageradamente o ensino. Por via da dificuldade de atribuir os lugares na estrutura de ensino criaram-se demasiados tipos de formação com pulverização de cursos.
Contraditoriamente há tanta gente a exercer actividades não padronizadas conforme o tipo de formação que cada um possui! O problema reside só na diferença entre os que se acomodam e aqueles que, abrindo-se-lhes oportunidades, as aproveitam porque é aí que eles se realizam.
Agora são as Ordens que vêm dar títulos, autorizações, certificações para o exercício de uma actividade, de uma profissão. São mais lógicas corporativas, egoístas, abusivas. É o Estado que se deixa indevidamente substituir.
Sócrates não é engenheiro, será licenciado em engenharia, pós-graduado em engenharia. Não faz mal. Os fariseus terão que se vergar ao seu saber numa área que ele conquistou sem títulos académicos a condizer, a política.
Ou também irão conceber uma Ordem para os políticos, um curso para os aprendizes, um colégio para os filhos dos aprendizes?
Tenham vergonha, palhaços!
Nos inícios dos anos 50 um colégio existente nesta Vila entendeu fazer segregação sexual, que as freiras ficavam demasiado perturbadas com os alunos machos e as meninas de fora pagavam bem melhor. As meninas de cá sofriam outro tipo de segregação e não estudavam em grande número.
Só quase uma década depois um fugaz Presidente da Câmara de Ponte de Lima criou o Externato Cardeal Saraiva, e de novo houve um ensino para os rapazes. Foram muito raros os que até aí estudaram no Liceu de Viana do Castelo e desde então, até à chegada do ensino estatal também não foram em número significativo.
Quando fiz o 5.º ano do Liceu em 1965 concluíram-no 4 alunos, e alunas de cá poucas mais seriam. Era uma licenciatura de hoje.
As coisas melhoraram um pouco com a Escola Técnica, mas quanto à continuação no ensino superior os números mantiveram-se muito baixos. A instalação mais tarde, inícios de 90, de uma Extensão da Universidade Fernando Pessoa veio permitir alguns ingressos.
Isto não é a história, no sentido rigoroso do termo, não pretende ser, mas já podemos concluir daqui as causas da nossa ruralidade. Eu sei, pela minha experiência, quanto pesa não ter um Dr., quanta mesquinhez, quanta estupidez se instala subtilmente difundida pelos Senhores Professores Doutores.
Os nossos, os da mesma igualha, como cá se dizia, são os primeiros a puxar para baixo os seus “companheiros” quando os mais atrevidos destes ousam por em causa a “sabedoria” dos encanudados.
Inventam-se qualidades raras que só seriam adquiridas por atribuição directa doutros ditos mais “sábios”. Transportou-se para o ensino civil a lógica do ensino religioso. Não se cortou o cordão umbilical que nos liga ao farisaísmo. Infelizmente associa-se doutor a fariseu.
Depois compartimentou-se exageradamente o ensino. Por via da dificuldade de atribuir os lugares na estrutura de ensino criaram-se demasiados tipos de formação com pulverização de cursos.
Contraditoriamente há tanta gente a exercer actividades não padronizadas conforme o tipo de formação que cada um possui! O problema reside só na diferença entre os que se acomodam e aqueles que, abrindo-se-lhes oportunidades, as aproveitam porque é aí que eles se realizam.
Agora são as Ordens que vêm dar títulos, autorizações, certificações para o exercício de uma actividade, de uma profissão. São mais lógicas corporativas, egoístas, abusivas. É o Estado que se deixa indevidamente substituir.
Sócrates não é engenheiro, será licenciado em engenharia, pós-graduado em engenharia. Não faz mal. Os fariseus terão que se vergar ao seu saber numa área que ele conquistou sem títulos académicos a condizer, a política.
Ou também irão conceber uma Ordem para os políticos, um curso para os aprendizes, um colégio para os filhos dos aprendizes?
Tenham vergonha, palhaços!
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