18 maio 2008

Será perder tempo a criação de estados de confiança?

Uma sociedade confiante é muito mais eficiente, mais produtiva e menos cansativa. Se essa confiança se estabelece com naturalidade os ganhos ainda são maiores. Mas este facto só por si não garante que essa sociedade seja saudável, tenha objectivos que todos perfilhemos. Um clima de confiança numa sociedade fechada pode ser perigoso para os vizinhos.
Hitler conseguiu a confiança do seu povo porque esse povo estava à espera de alguém capaz de responder à humilhação a que, desde a derrota na primeira guerra mundial, o povo alemão estava submetido. Após a segunda guerra mundial, os aliados não caíram na asneira de querer resolver a questão alemã da mesma forma como a quiseram resolver após 1918.
As circunstâncias ditam a maioria dos estados de confiança que julgamos serem fruto da mais pura naturalidade. O que não podemos pensar é que as pessoas são especialmente pérfidas, senão que há umas que são mais susceptíveis que outros, mais influenciáveis, mais vulneráveis. Por isso não há nada como prevenir e não criar as circunstâncias propícias.
As sociedades são produtos de séculos de evolução, de avanços e retrocessos. Por vezes julgamos que tudo se vai desmoronar, que toda a confiança possível se volatiliza sem que possamos fazer nada contra isso. São momentos que julgamos ajustados a salvadores, a líderes naturais, a seres inimitáveis capazes de nos livrar deste incómodo de trabalharmos para cimentar uma nova confiança na sociedade.
A confiança não pode ser fruto da preguiça mas deve ser do empenho. Devemos estar preparados para “perder” algum tempo a criar um clima de confiança indispensável a uma vida saudável. Isto implica um esforço mútuo, evitando ao máximo o perigo de nos andarmos a enganar. Só temos vantagem em sermos claros, humildes e pacientes.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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