A euforia provocada pelos subsídios foi para muitos de curta duração. O diferencial de rendimentos agudizou-se. As classes com mais poderes reivindicativos foram amealhando benesses. Em vez de chegarem nos previstos vinte anos aos rendimentos médias da Europa conseguiram-no nuns quatro ou cinco. Os mais necessitados receberam as migalhas, até se contentaram com uns rendimentos mínimos.
A dinâmica criada leva-nos a arriscar que estes nunca lá chegarão. As carruagens de primeira são dum luxo nunca visto. Os favorecidos habituaram-se às mordomias a que nunca tinham tido acesso, que no tempo de Salazar havia mais modéstia. E tivessem eles conhecido Cunhal, que haveriam de ver. Mas também este dinheiro não é elástico. Para uns terem muito, há quem pouco tenha. Continua-se a trabalhar em sótãos, caves, pavilhões imundos.
E continua-se a sonhar com bons carros, boas moradias, boas férias num paraíso tropical à escolha. Quando a Comunidade entendeu que esse género de trabalho devia ser entregue a povos ainda mais pobres do que nós, foi a catástrofe. Deslocalizados o calçado, as confecções e outras miudezas ficamos com o nosso cérebro tão vazio como os campos abandonados. Temos neurónios mas falta-nos imaginação.
Depois do que fizemos pela pátria há quinhentos anos, é certo, fomos bravos marinheiros mas merecíamos melhor. Contemplamos com nostalgia o mar agora cheio de chineses que esses estão por demais habituados a isso e o mar a nós já nos enjoa. Perdemo-nos nas noites e dormimos quando devíamos estar acordados.
Venha de lá alguma luz…
A dinâmica criada leva-nos a arriscar que estes nunca lá chegarão. As carruagens de primeira são dum luxo nunca visto. Os favorecidos habituaram-se às mordomias a que nunca tinham tido acesso, que no tempo de Salazar havia mais modéstia. E tivessem eles conhecido Cunhal, que haveriam de ver. Mas também este dinheiro não é elástico. Para uns terem muito, há quem pouco tenha. Continua-se a trabalhar em sótãos, caves, pavilhões imundos.
E continua-se a sonhar com bons carros, boas moradias, boas férias num paraíso tropical à escolha. Quando a Comunidade entendeu que esse género de trabalho devia ser entregue a povos ainda mais pobres do que nós, foi a catástrofe. Deslocalizados o calçado, as confecções e outras miudezas ficamos com o nosso cérebro tão vazio como os campos abandonados. Temos neurónios mas falta-nos imaginação.
Depois do que fizemos pela pátria há quinhentos anos, é certo, fomos bravos marinheiros mas merecíamos melhor. Contemplamos com nostalgia o mar agora cheio de chineses que esses estão por demais habituados a isso e o mar a nós já nos enjoa. Perdemo-nos nas noites e dormimos quando devíamos estar acordados.
Venha de lá alguma luz…
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