21 dezembro 2007

O Oeste Europeu – Heróis perdidos e sempre reencontrados

Quando seis países se juntaram para formar a Comunidade Europeia procuraram um caminho diferente de tudo o que havia sido experimentado no passado e não tinha resultado. Por isso assumiram todo esse terrível passado, todas as culpas dos seus aspectos miseráveis e tentaram aproveitar todos os ensinamentos que ele pudesse conter.
Nada podia ser posto de lado, como se tivesse havido fenómenos da responsabilidade de extra-terrestres ou outro género de seres esporádicos que não terão hipóteses de se repetir. Por isso era necessário submeter a aturado estudo esses fenómenos que nos envergonham de modo a ir ao encontro das suas razões mais profundas.
Mas era imprescindível avançar de imediato e por um caminho difícil e com muitos adversários externos, e isso só era possível com os países que mais tinham sofrido, mais sensibilizados estavam para unir esforços, para não hostilizar ninguém, para compreender aqueles que ficaram temporariamente de fora, mas que se tinha por objectivo virem a ingressar nas mesmas fileiras.
Como eles, também nós não podemos pôr de lado o nosso passado, aquilo de tenebroso de que fomos capazes, aquilo de heróico de que nos honramos, aquilo de mesquinho de que ainda padecemos. Não somos marginais a quem foi dada a oportunidade de se redimirem. Tendo sido algumas vezes heróis, perdemo-nos constantemente para nos reencontrarmos mais tarde, mais fracos mas prontos a surpreendermos todos.
Temos de deixar de pensar que teremos sempre sorte, que temos que mudar de rumo e dedicarmo-nos efectivamente a um trabalho duro e persistente para competirmos com os mais fortes. Se a Europa nunca nos desprezou é altura de sermos gratos com tudo aquilo que ela nos tem dado.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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O mais perfeito retrato da solidão humana