25 novembro 2009

Os que ganham com a existência dos espertos

É por demais evidente que quem se encontra socialmente na mó de baixo encontra quase todos os caminhos tapados, mas nem sempre. Os espertos tentam furar e por tentativa e erro lá vão subindo sem apoios que se vejam, além dos seus músculos, unhas e engenho.
Porém muitas mais pessoas subiriam se tivessem quem os informasse do que a Lei lhes permitiria fazer, tanto pelos seus interstícios como também pela “distracção” de quem a deveria aplicar. No entanto só aqueles que chegam a um bom patamar conseguem recorrer a apoios exteriores.
Quem quer subir tem sempre que aproveitar os caminhos esconsos da Lei, mas para isso e com sorte basta ir aprendendo na prática. Se tanto basta numa primeira fase depois para ultrapassar aquilo que a lei estipula como ilegal já é necessário um aconselhamento, apoio e cumplicidade de gente entendida e bem colocada.
Homens da advocacia, mas não só, funcionários públicos, gente que jura defender ou é pressuposto que defenda a legalidade, coloca-se à disposição daqueles que querem subir, que sabem que há um patamar a partir do qual isso é difícil de acontecer, mas cuja ambição sem limites faz tomar como objectivo nebuloso mas alcançável. Havendo quem esteja pronto a pagar, não falta quem esteja disposto a receber, desde que os riscos que corre sejam, na sua percepção, menores.
Só no caso da nossa administração se vê quanta gente arrogante, pretensiosa e distanciada existe para que o preço dos seus actos ilegais e por vezes até legais seja mais elevado. Também não será de querer o contrário uma administração transparente, que abre todas as portas falsas, que ensine a todos o que só poucos sabem, mas aquele meio de termo de que ou comem todos ou não há moralidade.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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O mais perfeito retrato da solidão humana