20 novembro 2009

O aprisionamento da alma e a morte do corpo

Aqueles que vivem momentos que entendem de particular felicidade não raro se revoltam contra as outras pessoas e perguntam porque razão estas complicam tanto as coisas. Criaram o seu próprio mundo de felicidade e passam a adoptar uma atitude defensiva, integrando as outras pessoas nesse mundo de uma forma estática, formal.
Essas pessoas não alertam os “parceiros sociais” para esse facto, que a partir de uma dado momento não são mais livres de mudar de comportamento, de fugir a uma imagem que eles criaram no seu cérebro e que aprisiona os outros de uma maneira tenaz, persistente. Alguns até já sabem, mas convencem-se que tem a força suficiente para levar os primeiros a um relacionamento mais aberto e partilhado.
Muitas pessoas convencem-se que este aprisionamento não é possível em relacionamentos tão dinâmicos como é pressuposto serem hoje os relacionamentos amorosos. No entanto esta forma de ver o relacionamento amoroso é tão vulgar como o são as outras formas de ver outros relacionamentos sociais de natureza diferente. Há imensas pessoas a viver em mundos fechados e que estabelecem uma frágil barreira entre a amizade e o despeito, o amor e o ódio, a atracção e a aversão.
Aqueles que querem condicionar a vida alheia, o percurso académico, os modos de ser, que conseguiram prolongar algum momento de apaziguamento e criam junto dos outros algum espaço com leves críticas, mas sem revelar o seu carácter exclusivista mergulham muitas vezes na sofreguidão de quem se acha o centro do mundo.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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O mais perfeito retrato da solidão humana