26 novembro 2009

O que desce e o que sobe neste País

É natural, que não do nosso agrado, que só se fale do que desce neste país, às vezes do que pretensamente desce e na realidade não é tanto assim. Dissolvem-se determinadas regras que constrangiam os comportamentos sociais, que existiam muitas vezes sem proveito e até com prejuízo de todos os envolvidos. Aquilo que eram consequências de uma situação económica específica, com as suas relações económicas próprias é natural que mude. No entanto isso provoca em certos espíritos um vazio desagradável.
Há uma absoluta atracção pela descida. A propósito de tudo se diz que o País se afunda, o mundo se afunda, quando se ignora que nos vários locais há evoluções em sentidos díspares e que os processos mentais, sociais e políticos em que se encontram envolvidos não tem correspondência nos modelos a que estamos habituados.
Esta crise, e crise é sempre uma descida de alguma coisa, veio acentuar este estado de espírito descrente e pessimista. A verdade é que a crise arrastou atrás de si, na mente dos espíritos mais fracos ou mais capciosos, uma série de verdades, de conhecimentos ainda pouco sólidos, colados com fraca aderência a outras verdades já mais velhas e solidificadas.
Acusa-se de no meio desta crise terem sido deitados ao chão alguns pilares da nossa economia e de que nunca nada será como dantes. Na realidade isso aprazer-nos-ia sobremodo. Simplesmente não vejo a esquerda a aproveitar devidamente a situação, a ter ideias precisas sobre o que deve fazer, não só para que certas situações se não repitam, mas para que a lógica da actividade económica seja privada, mas, outra.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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O mais perfeito retrato da solidão humana