22 novembro 2009

Numa relação pode haver compensações mas não chantagens

As pessoas são mais permeáveis a determinados tipos de chantagem do que a outros. Sempre foi habitual em épocas em que o homem tinha uma função especialmente importante na obtenção de meios económicos para a subsistência da família haver homens que se congratulavam com o seu sucesso não o partilhando e afrontando mesmo as mulheres com esse facto. Estas resignavam-se a aceitar tal facto e tudo o resto ficava condicionado.
Em tempos mais recentes esses esforços são partilhados na medida das possibilidades de cada elemento da família. Só que a procura desta igualdade de responsabilidades faz esquecer a necessidade de procurar alguém capaz de partilhar valores pessoais e sociais mais consistentes. Juntar duas pessoas com a mesma ambição não será a melhor forma de construir uma harmonia que não dependa do contributo económico de cada um.
Numa relação que se pretende tão duradoura como a família as pessoas têm de ser capazes de encontrar compensações, mas a sua utilização como moeda de troca pode dar origem a problemas devido à diferente sensibilidade de cada um. No entanto as compensações quando envolvem meios económicos não são mesmo verdadeiras, são antes meios de chantagem de que os indivíduos se servem.
Quando algo se paga com dinheiro, sem envolvimento emocional e sentimental, sem partilha de esforço e de ganho afectivos está-se a criar uma dependência que pode resvalar para domínios perversos. De repente podemos estar a ver chantagens em todo o lado, haja ou não razão para as ver e esse é o fim ou pelo menos o seu princípio.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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O mais perfeito retrato da solidão humana