19 novembro 2009

A leveza de espírito à custa alheia

O que faz as pessoas felizes é uma certa leveza de espírito, não tanto o peso do dinheiro nos seus bolsos ou a quantidade de bens que têm à sua disposição. Como se conseguirá que as pessoas abandonem o afã de juntar dinheiro, de consumir todo o possível e imaginável e alcancem essa leveza, se livrem de ressentimentos, raivas e azedumes?
Em primeiro lugar é necessário saber que as pessoas se não vão esquecer da competitividade que necessitam de ter para sobreviver com o mínimo de dignidade neste mundo em que a economia é utilizada para tudo inclusive para definir os níveis de bem-estar e de felicidade de todos. Todos somos misturados e passamos por ter um nível médio de desejos e ambições. E se uns estão acima e outros abaixo é porque a uns é permitido ter e a outros não. A muitos não lhes é permitida a felicidade porque não lhes sobra tempo só a alguns é permitido lutar pela dignidade doutra forma.
Porém a leveza de espírito pode conviver bem com a falta de dignidade. Igualmente convive bem com os sentimentos dos mais perversos e persistentes. No geral já não convive bem com os esforços desmesurados necessários que muitos têm que suportar para suprir as necessidades mais básicas de subsistência.
Muitas pessoas conseguem a sua paz de espírito à custa de outras e nem se apercebem disso. É isso que ocorre com aqueles assassinos de namoradas que vão cerceando a liberdade alheia e sentem-se felizes enquanto estão convencidos de o terem conseguido, mas não toleram uma fuga ao cerco que montaram, pelo menos mentalmente.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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O mais perfeito retrato da solidão humana