28 novembro 2009

Divergências e confluências pouco abonatórias

A política portuguesa vem-se desenvolvendo num clima de loucura. Cada partido é livre de fazer as propostas que quer, mas é pressuposto que, se um partido não está disposto a governar com outros, faça propostas perfeitamente distintivas deles. Tal não tem acontecido, particularmente no caso do PSD, que, estando obcecado por atingir o poder, nem se preocupa em que condição o poderá atingir.
Um dia que o PSD seja chamado a governar fá-lo-á com a extrema-esquerda ou o CDS chegar-lhe-á? É legítimo que, decerto não sendo a primeira a opção do PSD, recorra agora ao voto da extrema-esquerda? Tudo parece possível neste clima obscuro, mas é evidente que nem é necessário lá chegarmos para ver a impossibilidade de a actual maioria negativa se vir a tornar uma maioria de governo.
O CDS apresentou um voto sobre o 25 de Novembro, no qual nem era referido o 25 de Abril. Teve o voto do PSD e foi rejeitado com os votos do que se poderia chamar, mas não é, maioria de esquerda. Esta gosta deste folclore e para isso aproveita o voto do PS. Mas ao mesmo tempo permite-se votar ao lado daqueles cujo único propósito parece ser asfixiar o governo, minar os alicerces financeiros da sua política, que, não sendo da sua esquerda, não é de direita.
Pode ser muito bonito que haja votos destes a rejeitar uma memória selectiva da direita que quer esquecer que houve um 25 de Abril. Já não parece acertado que haja uma confluência de votos entre a extrema-esquerda e a direita para inviabilizar a governação coerente do País.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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