Há quatro grandes pedreiras no Concelho de Ponte de Lima mas só uma dá nas vistas, preocupa os políticos do Largo do Zarolho. Vitorino das Donas está longe, Fornelos e Ribeira estão nas costas.
A pedreira do Monte de Antelas está de caras. E é isso que incomoda. Não interessa as pessoas que vivem da sua actividade. Não interessa a necessidade dessa matéria-prima para obras escultórias e de construção civil.
A alma dói? Há almas que se condoem mas não me parece que sejam as de Gondomar. Não é por isso que eles deixarão de cá vir. Para mim é maior dor de alma ver quintas inteiras com as vinhas destruídas, cheias de silvas e matos, nem uma vaca, quando muito umas ovelhas mirradas.
Nós não estamos numa zona de paisagem passiva, numa área de reversa integral. A nossa paisagem tem que bulir, é preciso que na paisagem haja sinais de vida. A paisagem não é uma natureza morta.
As agressões ambientais silenciosas são bem mais perigosas sem que não deixemos de pugnar para que aqui se cumprem as boas práticas ambientais. Não é por se extraírem umas toneladas de pedra que devemos estar alerta. É pelo destino do pó das serras que nos devemos preocupar.
Não é por haverem manchas brancas na paisagem. É pela desflorestação sistemática que se está operando em todo o lado. Não é por haver detritos de pedra abandonados. É por se continuar a trabalhar sem condições.
A estruturação e regulação destas actividades de extracção e transformação de granitos estão em curso e é pela sua perfeita integração no ambiente e pelo seu controle legal que devemos pugnar.
Que os nossos granitos, duma terra de canteiros afamados e de escultores da pedra, vão cada vez mais longe, sejam transformados de natureza bruta em beleza esculpida. O deficit que cá se criar será largamente compensado pelo colorido e esplendor das obras de que está na origem.
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4 comentários:
Não posso concordar em absoluto com o artigo, contudo gostaria de salientar que realmente a Ribeira, assiste impávida e serena para os riscos que aquele enorme buraco pode provocar. E a Freguesia, que proveito tem tirado desta situação?
Na verdade, tambem gostaria de ver as quintas todas trabalhadas, mas com os agricultores devidamente remunerados e não como antigamente, que as terras estavam todas cultivadas, a troco de um naco de brôa e quantas des vezes nem isso?.
A beleza da paisagem é sacrificada sob muitos pontos de vista, voluntariamente ou não. Também a paisagem rural vai sofrer alterações significativas porque a produtividade do trabalho das terras (essa nova maneira de aferir os méritos do trabalho)só compensa o seu amanho em grandes superfícies. É dificil ter esperança numa solução razoável. Quanto às pedreiras estamos à espera que a burocracia não queime etapas e fexe os olhos a muita coisa, como está fazendo, mas também não demore a legalização e fiscalização das mesmas.
A diferença entre Arcozelo, Ribeira e Vitorino das Donas está, pasme-se, no facto das últiumas estarem licenciadas e serem legais e, a primeira, NÃO!
A exploração de pedreiras virá da ... Idade da Pedra. As pedras da Ponte, das Muralhas, das casas, de algum lado vieram: Concerteza de pedreiras na Senhora da Luz, noa Outeiro, no Salqueirinho de que hoje se não vêm vestígios.Nunca houve problemas. Hoje tem que se ser mais exigente mas não se faz tempo sem tempo.
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