04 maio 2007

O que define o carácter … ou a falta dele

Nesta época primaveril parece que os espíritos se abrem mais, se esquecem das segundas intenções que as palavras podem comportar, apresentam-se mais terra a terra.
Depois do Paulo Portas ter dito que “o trabalho liberta”, para manifestar decerto o que lhe vai na alma depois de ter passado dois anos na Assembleia da Republica sem nada fazer, temos agora o Execrável a dizer da sua justiça.
Disse há tempos que não falaria mais dele, que não vale a pena falar de tão fraca personagem, mas agora tem que ser, é mesmo por uma afirmação que ficará como um caso paradigmático, para não dizer outra coisa.
Muitas vezes dizemos que este tipo de figura devia desaparecer, pela sua pequenez, pelo carácter abominável das suas tiradas mais insidiosas, mas não há dúvida que acabam por fazer falta como maus exemplos para todos, como os drogados são um mau exemplo para os jovens.
Então não é que o Execrável veio afirmar numa entrevista de 04/05/2007 à RTP, a propósito da demissão do executivo camarário de Lisboa, quanto lhe custou tomar essa atitude que “Não é de ânimo leve que o P.S.D. coloca o seu imenso poder em jogo nas mãos do eleitorado”.
E eu que julgava que era no eleitorado, em última instância no povo, que residia a fonte de todo a soberania. Que era o povo que delegava nos políticos, nem que eles sejam tão só um grupo de indivíduos mancomunados num partido. Que neste caso a delegação até era num indivíduo independente mas que afinal é refém da estratégia do partido dos verdadeiros suspeitos.
E eu que julgava que o povo delegava em pessoas com a necessária credibilidade e não recebia de um bando esse poder soberano. O povo parece que só cá está para que resolver os problemas que em momentos de crise estes homens sem princípios e sem moral, a quem a boca com estes lapsos foge às vezes para a verdade quanto à maneira como vêm a política, não conseguem remediar.
O Execrável não saberá bem o que disse. O Execrável, que há muito se imiscuiu em assuntos que lhe não dizem respeito para ter algum protagonismo, cometeu o mais grave atentado que se pode fazer à soberania popular.
Se houvesse um tribunal para julgar este tipo de gente, este homem em particular, que anda a vegetar há tantos anos pelos corredores do poder, ao qual acedeu pela mão do Patriarca Eurico de Melo, há muito estaria irradiado.
Estas são as verdadeiras falhas de carácter. Um indivíduo que se afirma dono do poder é um crápula arrogante, que não possui a humildade para exercer qualquer cargo público por delegação do povo.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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