14 maio 2007

A outra face da paisagem limiana

Este é um espectáculo que começa a ser normal. A causa próxima é os dois anos de produção que a Adega tem em dívida para com os seus sócios. Mas além da má gestão feita a partir da importação de mostos para adulterar o nosso vinho há uma conjugação de causas que tornaram este fim inevitável.
Já não são só latadas, mas também os bardos que foram cortados ou ficaram sem poda a dar uvas para os pássaros. À espera de um subsídio para o seu corte pela raiz, talvez.
A transferência pura e simples da Adega Cooperativa em que a Câmara insiste será só o retardar de um colapso inevitável. Depois dos erros cometidos pelas gestões anteriores em todas as cooperativas, mas em especial nesta, só resta à Adega transformar-se num prestador de serviços de vinificação e deixar a comercialização para os produtores ou outros intervenientes. A marca Adega Cooperativa já não vende.

2 comentários:

monteiro disse...

Não tenho dúvida de que o Vinho de Ponte de Lima, continuará a ser um produto rentavel para quem o cultiva, bastará para isso que se produza com qualidade e que os agricultores coloquem à frente das cooperativas pessoas que realmente sintam os problemas desses agricultores.
Deixem-se de " títulos e canúdos " e vistam os fatos de macaco e calcem as galoxas, para poderem dar valor a todos aqueles que de manhã cedinho, deixam o calor das suas casas e vão para o campo, dar amor ás vinhas e ás terras.

pepevilla disse...

O perfil do vinho comercializado pela adega de Ponte de Lima está longe, muito longe, daquilo que o actual consumidor espera de um vinho.A coisa terá saída, mas é necessário, tomar medidas de fundo, que doerão a muita gente. É preciso uma gestão de rupturas e uma aposta na qualidade. A título de exemplo, cite-se o esforço da Adega de Borba, com lançamento de monovarietais e de outos direccionados a determinados nichos de mercado. Outra questão:porque é que o mais destacado e elogiado pela crítica nacional e internacional é um vinho oriundo do concelho de Ponte de Lima? Porque é que um dos mais prestigiados enólogos nacionais, instalou-se no concelho de Ponte de Lima e começou a trabalhar as castas brancas cultivadas no Vale do Lima, atingindo já destaque a nível nacional e internacional, com os vinhos oriundos deste concelho?Como diz o espanhol:la tienda lo quier con quen o entienda

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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