Quando a Europa estava mergulhada no imobilismo feudal, surgiram pessoas e movimentos que deram expressão ao fervilhar das ideias que queriam pôr termo a esse flagelo e eram centralistas.
Ao Renascimento quis a Igreja pôr fim com o manto negro da Inquisição. Esta reacção deu forças a tiranos e tiranetes que a aproveitaram em proveito próprio. Só mais tarde haveria de surgir um movimento mais vasto, já com a intervenção das forças económicas que se foram libertando da sombra em que se tinham que movimentar até aí, a lutar a favor da centralização do poder.
Se este movimento deu origem ao absolutismo e ao iluminismo, não se ficaria por aí. Levaria ao romantismo, ao liberalismo e à criação dos grandes Estados Europeus, que haveriam de condicionar toda a evolução que se seguiu. Todos ficaram satisfeitos com o centralismo.
O problema europeu é que o surgimento de Estados centralizados e fortes levaria, até pelo fraco desenvolvimento do resto do mundo, a ambições imperialistas e a guerras fratricidas. A centralização não tem limites espaciais e criaram-se turbilhões dilaceradores, cada um dos quais intentava vencer.
Se nós Portugueses fomos intervenientes marginais neste processo evolutivo, sentimos o apelo ao centralismo, tanto durante o liberalismo como com os regimes republicano e corporativo. Neste houve uma associação das forças mais retrógradas e das centralistas, tanto devido ao problema colonial como às suas próprias fraquezas.
Se após o 25 de Abril se manifestaram algumas vozes reactivas a este estado de coisas, logo os problemas se acumularam de maneira que não tem havido largueza de pensamento para pensar nas vantagens e desvantagens do estado actual face à regionalização.
No espírito das pessoas de hoje já se vai formando uma dicotomia, mas não escondamos a verdade: O poder central é glorificado, por oposição a um poder que se imagina fragmentário, imediatista e irresponsável.
Não falta mesmo quem fale em governos universais, mas governos a sério, não Roma a comandar párocos devassos. Mas mesmo assim não haveria necessidade de outros poderes mais próximos da população?
Os espíritos mais “avançados” dirão que não. Isto de poderes “regionais” não é para cérebros iluminados. Mas é para a maioria, o comum dos mortais. Com um governo universal, continental ou nacional haverá outro tipo de unidades administrativas que executarão melhor alguns tipos de acções.
O mais importante porém é colmatar as falhas de visão que quem está no centro tem necessariamente. E aí mesmo os mais “avançados” terão que ceder. Podemos sonhar, sonhar mas olhos mágicos é que não há.
Podíamos ainda imaginar um grande computador impessoal que tudo geria. Os empreendedores, gestores de ambiente, de urbanismo, do ensino, da saúde, do turismo, da mobilidade, sei lá, cada um que quisesse mexer uma palha, ir morar para outro lado, definir um plano de estudo, abrir uma taverna, perguntava ao Grande Mestre que lhe daria a resposta e indicaria alternativas, se fosse caso disso.
Alto lá! Não vamos aí. Durante muitos séculos, tantos quantos serão mais que suficientes para fazer reformas hoje, não haverá esse super-computador, com um super-olho integrado na sua estrutura.
Posta de lado esta solução, que absorveria todas as soluções parcelares, fiquemos com as regiões como a dimensão média, capazes de gerir melhor que o centro determinado tipo de competências que os órgãos de poder se atribuem e que os municípios não podem agregar às suas.
Se, pela história e pela especulação, há nas nossas mentes um forte pendor centralista, se há uma forte resistência movida pela centralidade em que os nossos espíritos mais se revêem, é necessário que sejam explicados os processos que estão na origem desta situação e a que ambições e desejos a regionalização poderá dar melhor resposta.
Ao Renascimento quis a Igreja pôr fim com o manto negro da Inquisição. Esta reacção deu forças a tiranos e tiranetes que a aproveitaram em proveito próprio. Só mais tarde haveria de surgir um movimento mais vasto, já com a intervenção das forças económicas que se foram libertando da sombra em que se tinham que movimentar até aí, a lutar a favor da centralização do poder.
Se este movimento deu origem ao absolutismo e ao iluminismo, não se ficaria por aí. Levaria ao romantismo, ao liberalismo e à criação dos grandes Estados Europeus, que haveriam de condicionar toda a evolução que se seguiu. Todos ficaram satisfeitos com o centralismo.
O problema europeu é que o surgimento de Estados centralizados e fortes levaria, até pelo fraco desenvolvimento do resto do mundo, a ambições imperialistas e a guerras fratricidas. A centralização não tem limites espaciais e criaram-se turbilhões dilaceradores, cada um dos quais intentava vencer.
Se nós Portugueses fomos intervenientes marginais neste processo evolutivo, sentimos o apelo ao centralismo, tanto durante o liberalismo como com os regimes republicano e corporativo. Neste houve uma associação das forças mais retrógradas e das centralistas, tanto devido ao problema colonial como às suas próprias fraquezas.
Se após o 25 de Abril se manifestaram algumas vozes reactivas a este estado de coisas, logo os problemas se acumularam de maneira que não tem havido largueza de pensamento para pensar nas vantagens e desvantagens do estado actual face à regionalização.
No espírito das pessoas de hoje já se vai formando uma dicotomia, mas não escondamos a verdade: O poder central é glorificado, por oposição a um poder que se imagina fragmentário, imediatista e irresponsável.
Não falta mesmo quem fale em governos universais, mas governos a sério, não Roma a comandar párocos devassos. Mas mesmo assim não haveria necessidade de outros poderes mais próximos da população?
Os espíritos mais “avançados” dirão que não. Isto de poderes “regionais” não é para cérebros iluminados. Mas é para a maioria, o comum dos mortais. Com um governo universal, continental ou nacional haverá outro tipo de unidades administrativas que executarão melhor alguns tipos de acções.
O mais importante porém é colmatar as falhas de visão que quem está no centro tem necessariamente. E aí mesmo os mais “avançados” terão que ceder. Podemos sonhar, sonhar mas olhos mágicos é que não há.
Podíamos ainda imaginar um grande computador impessoal que tudo geria. Os empreendedores, gestores de ambiente, de urbanismo, do ensino, da saúde, do turismo, da mobilidade, sei lá, cada um que quisesse mexer uma palha, ir morar para outro lado, definir um plano de estudo, abrir uma taverna, perguntava ao Grande Mestre que lhe daria a resposta e indicaria alternativas, se fosse caso disso.
Alto lá! Não vamos aí. Durante muitos séculos, tantos quantos serão mais que suficientes para fazer reformas hoje, não haverá esse super-computador, com um super-olho integrado na sua estrutura.
Posta de lado esta solução, que absorveria todas as soluções parcelares, fiquemos com as regiões como a dimensão média, capazes de gerir melhor que o centro determinado tipo de competências que os órgãos de poder se atribuem e que os municípios não podem agregar às suas.
Se, pela história e pela especulação, há nas nossas mentes um forte pendor centralista, se há uma forte resistência movida pela centralidade em que os nossos espíritos mais se revêem, é necessário que sejam explicados os processos que estão na origem desta situação e a que ambições e desejos a regionalização poderá dar melhor resposta.
Os convencidos gostam de impor as suas “verdades”. A forma inteligente de actuar é contribuir para que as pessoas não criem dicotomias estreitas, mas antes ganhem a largueza que lhes permita pensar, sejam críticas e não percam o exercício crítico, ganhe ou não a sua opção.
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