08 abril 2007

Um Judas mais inspirado, mais económico, mas também uma mulher

Também aqui o Judas é uma mulher. A desculpa não é da crise, na Vila de Arcoselo a culpada é a fartura. À velha maneira de ridicularizar estas situações, menos claras que são para nós, várias mulheres vêem neste testamento os seus lençóis virados do avesso, que lhes terão dado bom uso e … bom proveito.
Também há heranças e maus caracteres. No fundo estes versos estão dentro da velha tradição de que, se não trata de escolher as pessoas pela função que desempenham, mas por aquilo que mostram na sua maneira de proceder. Só que uns têm mais visibilidade do que outros.
Alguns serão até vítimas inocentes, poderá haver fumo sem fogo. Outros mereceriam cá um bom lugar mas escaparam desta. O importante é o sentido crítico, de zupar em quem se põem a jeito, que nisto, ao contrário do Judas da Vila de Ponte de Lima, não se podem fazer diferenças entre os “políticos” e as domésticas e deixar maior herança àqueles que a estas.
E com muito mais graça se faz um testamento e um Judas não subsidiados, de incógnito autor. Este legado é bem melhor do que o das “Unhas do Diabo”, que creio já deram o que tinham a dar.
Mas também a Além da Ponte não quer ficar para trás e sem Judas lá vai havendo um testamento para os amigos. E como é de amigo lá vai a relação dos bens que me cabem em herança:


Nas altas tecnologias
Trigo um peso pesado
Para o sector diplomático
O Isaac está aprovado

A divulgação já se sabe
Está c’o a Maria do Pepe
O Trigo fica encarregue
Da página na Internet

Bom cumpridor, que o nosso Presidente Malheiro, segundo a Lia, o único no mundo/que seu amor mereceu, me não venha a despromover, cá estou eu no desempenho desta nobre obrigação.

Sem comentários:

Aqui pode vir a falar-se de tudo. Renegam-se trivialidades, mas tudo depende da abordagem. Que se não repise o que está por de mais mastigado pelo pensamento redondo dominante. Que se abram perspectivas é o desejo. Que se sustentem pensamentos inovadores. Em Ponte de Lima, como em todo o universo humano, nada nos pode ser estranho.

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"Big Man" 1998 (1,83 de altura) - Obra de Mueck

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O mais perfeito retrato da solidão humana